Cotidiano

Obama diz que EUA estão prontos para suspender sanções a Mianmar

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WASHINGTON D. C. ? A ex-ativista Aung San Suu Kyi pediu nesta quarta-feira o fim das sanções econômicas contra Mianmar, e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que seu país está disposto a fazê-lo. Foi a primeira reunião dos dois na Casa Branca desde que Suu Kyi se tornou a conselheira de Estado de sua nação, antes conhecida como Birmânia.

? Os Estados Unidos estão preparados para suspender as sanções que impusemos à Birmânia durante bastante tempo ? disse Obama no Salão Oval, ao lado de Suu Kyi. ? É a coisa certa a fazer para garantir que o povo de Birmânia veja as recompensas de uma nova maneira de fazer negócios e de um novo governo.

Como Suu Kyi não é mais uma figura da oposição, os EUA vêm cogitando um abrandamento nas sanções. Obama pretende normalizar as relações com o país, que Washington evitou quando era governado por uma junta militar.

? Achamos que chegou a hora de retirar todas as sanções que nos prejudicam economicamente ? disse Suu Kyi, observando que o Congresso norte-americano já apoiou sua nação no passado endossando sanções para pressionar a adoção de reformas democráticas.

Na ocasião da chegada de Suu Kyi à Casa Branca, o governo americano divulgou um comunicado dizendo que irá registrar Mianmar novamente no Sistema Generalizado de Preferências (GSP), que dispensa o pagamento de taxas para produtos de países pobres e em desenvolvimento. O objetivo da medida é ajudar o governo de Mianmar a criar empregos e reduzir a pobreza.

Mianmar perdeu os benefícios do GSP em 1989, logo após as manifestações pró-democracia do ano anterior que foram reprimidas brutalmente pela junta militar governante.

A medida, combinada com a suspensão das sanções, “dará aos Estados Unidos, a nossos negócios, nossas instituições sem fins lucrativos um incentivo maior para investir e participar do que esperamos que será um parceiro cada vez mais democrático e próspero para nós na região”, disse Obama.

Washington amenizou algumas sanções contra Mianmar no início deste ano para apoiar a reforma política, mas manteve a maioria de suas restrições econômicas com a meta de penalizar aqueles que, em sua visão, atrapalham o governo eleito democraticamente.

A viagem de Suu Kyi coroou uma jornada de décadas, que levou a ex-prisioneira política a se tornar uma líder nacional depois que seu partido ? Liga Nacional para a Democracia (LND) ? obteve uma vitória eleitoral contundente no ano passado. A vencedora do Nobel da Paz de 1991 esteve ontem em Londres com a primeira-ministra britânica, Theresa May, em sua primeira viagem oficial para fora da Ásia desde que seu partido venceu as eleições de 2015.

O Parlamento de Mianmar aprovou em abril a lei que criou o cargo de conselheiro de Estado, que já havia sido oferecida a Suu Kyi. Após a sanção do presidente do país, Htin Kyaw, a representante política assumiu o poderoso cargo, que reúne funções legislativas e executivas.