Cotidiano

Obama cobra da Venezuela respeito a referendo sobre mandato de Maduro

OTTAWA – O presidente dos EUA, Barack Obama, pediu ao governo da Venezuela que respeite os “esforços legítimos” da oposição para exigir um referendo sobre o mandato presidencial de Nicolás Maduro e libere os presos políticos no país. Venezuela

? O processo democrático deve ser respeitado, o que inclui os esforços legítimos para fazer valer a lei do referendo revogatório venezuelano ? disse Obama em entrevista coletiva em Ottawa, junto aos líderes do México (Enrique Peña Nieto) e do Canadá (Justin Trudeau).

A oposição, que controla a Assembleia Nacional, avança no processo de recolha de assinaturas para convocar um referendo revocatório do presidente. As autoridades eleitorais abriram nesta semana a fase de revisão das firmas que foram validadas na semana passada. O processo será executado até 26 de julho, quando o corpo vai determinar se o processo vai às urnas.

Maduro, no entanto, disse que havia relatos de “uma fraude gigantesca caráter eleitoral” que vai “de frente à natureza jurídica e política” no convite ao referendo.

? Juntos, apelamos ao governo e à oposição para que se envolvam em um diálogo significativo, e que o Executivo respeite a lei e a autoridade da Assembleia Nacional ? disse Obama. ? Os presos políticos devem ser libertados.

Na semana anterior, o subsecretário de Estado americano para Assuntos Políticos, Tom Shannon, se reuniu com autoridades venezuelanas, incluindo o presidente e figuras da oposição em Caracas. Ele saudou a iniciativa como um esforço pelas conversas de paz.

? A esperança é que isto pode ser usado não só para resolver as diferenças políticas, mas também para criar uma plataforma a partir da qual tanto o governo como a oposição podem pedir ajuda da comunidade internacional para abordar algumas das crises muito significativas que a Venezuela enfrenta agora. Cabe às duas partes para determinar se os facilitadores são os caminhos corretos ? disse Shannon a repórteres.

Ao mesmo tempo, uma missão internacional formada pelos ex-presidentes José Luis Rodriguez Zapatero (Espanha), Leonel Fernandez (República Dominicana) e Martin Torrijos (Panamá) tenta unir o governo e a oposição, até agora sem progressos significativos.

Ainda na quarta-feira, o Defensor do Povo venezulano, o chavista Tarek William Saab, criticou a proposta de um setor chavista que quer pedir à Justiça a dissolução do Parlamento. O porta-voz do bloco chavista no Legislativo, Didalco Bolívar, avaliou a possibilidade um dia antes, alegando que os deputados têm “usurpado funções do governo”.

? Na Venezuela existem posições que, quando analisamos, podem sim ser extremistas ou radicais ? disse Saab, aliado de Hugo Chávez e responsável pela proteção aos direitos humanos no país. ? Vozes isoladas que estão pedindo a abolição das autoridades públicas não terão apoio nacional.