Política

O que o plano de Beto previa para as rodovias

Documento registrado em cartório na eleição de 2014 previa geração de 400 mil empregos, 20 novos presídios, duplicação de 750 km de rodovia e contratação de mais 10 mil policiais

Curitiba – O Jornal O Paraná analisou as principais promessas de campanha do governador Beto Richa, em documento protocolado por ele em cartório durante a campanha eleitoral de 2014. Seu segundo mandato termina daqui um ano, mas pouco do que foi prometido foi feito.

Dentre as metas, o então candidato à reeleição prometia a geração de 400 mil empregos, 20 novos presídios, duplicação de 750 km de rodovia e contratação de mais 10 mil policiais. Na primeira reportagem da série, publicada na edição de domingo (3) e que pode ser conferida no site www.oparana.com.br, a constatação de que, dos empregos gerados, o saldo de janeiro de 2015 a setembro deste ano é negativo em 107 mil postos de trabalho. Foram prometidos R$ 10 milhões em investimentos em energia elétrica, mas o setor produtivo sofre com os apagões. Dos novos presídios, nenhum está pronto ainda. E, dos 10 mil policiais prometidos, 2,8 mil foram contratados até agora.

Hoje, a reportagem é sobre a duplicação de estradas. Confira:

Promessa: Duplicar 750 km de rodovias

Realidade: 305 km duplicados, a maior parte pelas concessionárias

Com o registro em cartório durante a eleição de 2014 daquilo que chamou de Plano de Metas para o seu segundo mandato como governador do Paraná (2015/2018), Beto Richa especificou que na área de infraestrutura a meta era duplicar, em quatro anos, 750 quilômetros de estradas, sem especificar quais eram tratativas com as concessionárias que administram rodovias pedagiadas e quais eram rodovias estaduais, com verbas que sairiam do caixa do próprio Estado.

Com base no balanço anual do DER-PR (Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná), foi duplicado de 2011 até dezembro de 2016 um total de 270 quilômetros de rodovias concedidas, ou seja, BRs pedagiadas. O DER não especificou quanto disso foi duplicado após 2015, quando entrariam em vigor as metas de 750 km prometidas em 2014.

Segundo a Seil (Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística), em relação às rodovias duplicadas com recursos do Estado, desde 2011 – ano que começou o primeiro mandato -, foram duplicados 3,8 quilômetros entre Maringá e Paiçandu, obra concluída em 2015. Também foram duplicados 17 quilômetros da PR-445, entre Londrina e Cambé. Além disso, está em andamento a duplicação de 14 quilômetros da PR-415, rodovia de ligação entre Curitiba, Pinhais e Piraquara.

Somando os trechos duplicados – desde 2011 e não de 2015 em diante -, somam 305 quilômetros, restando ao menos 345 para serem duplicados até o fim do ano que vem para que a meta do governador fosse alcançada.

Vale dizer que os 6,1 quilômetros anunciados por Beto Richa para a duplicação da BR-277 em Cascavel, cuja licitação deveria ocorrer ainda neste ano conforme prometido por ele mesmo, não têm data para serem feitos. O Estado também descartou a duplicação da BR-369 entre Corbélia e Cascavel, confirmada pelo governador ainda em 2015 e que sairia do papel em 2017.

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