Educação

Nutricionista do HU avalia atividade de alunos do curso de Gastronomia

Profissional da saúde faz alerta para a necessidade de pessoas qualificadas para a Gastronomia e a Nutrição Hospitalar

Para trabalhar na cozinha de um hospital é preciso conhecimento nutricional do que cada paciente pode ou não comer. Pensando nisso, o curso de Gastronomia do Centro Universitário de Cascavel – Univel preparou uma atividade com a elaboração de cardápios para pacientes fictícios. Os alunos pesquisaram e usaram criatividade na preparação e para avaliar a proposta. Uma das convidadas foi a nutricionista do Huop (Hospital Universitário do Oeste do Paraná), Claudia Felicetti, que explica que a alimentação depende do diagnóstico clínico de cada pessoa. "É elaborado um cardápio geral, que é subdividido para cada diagnóstico. A alimentação para ser saudável deve ser balanceada com proteínas, carboidratos, fibras, lipídios, minerais e vitaminas", ressalta.

Uma das atividades foi a preparação de um cardápio para uma criança de nove anos, com baixo peso e celíaca (não pode comer glúten). Neste caso, os alunos apresentaram o prato principal, em forma de palhaço, onde o corpo foi um escondidinho de carne bovina e os cabelos feitos com cenoura; um alimento com cores e criativo para chamar a atenção da criança. De acordo com a nutricionista, o prato colorido deixa a criança feliz e auxilia no tratamento. "No hospital, os procedimentos são invasivos e o momento da alimentação é talvez a única hora que a criança esquece que está doente, ela deixa um pouco de lado a dor e o sofrimento; na hora de comer ela se recorda da memória afetiva que tem em casa com a família".

Entre os casos apresentados, teve também a montagem de cardápio para um homem adulto lactovegetariano com mucosite e lesão renal. Como prato principal, foi servido um timbale de purês de mandioquinha, cenoura e brócolis, recheado com requeijão e ricota. Outra situação foi preparar a alimentação para uma mulher com pós-operatório de vesícula, náusea e intolerância a lactose. Como prato principal, eles serviram filé de tilápia ao molho de limão e salada de legumes com castanha do Pará. Claudia enfatiza, que o campo de atuação para os profissionais da área de Gastronomia está cada vez maior dentro dos hospitais, mas, que não basta apenas saber cozinhar. "Cada vez mais exige-se qualidade no preparo da alimentação hospitalar; os alunos foram inteligentes quando ousaram na escolha dos alimentos certos".

Dicas

Segundo o chef, Renato Nascimento, ele experimentou pratos que demonstraram preparação com estudo e entendimento do que foi proposto, "Eles pensaram no custo benefício da alimentação e os pratos atendem às necessidades da rede hospitalar privada ou pública porque foram preparados com produtos que podem ser comprados também por quem trabalha com um orçamento apertado". Claudia complementa, que essa é uma tendência, "para trabalhar em um hospital tem que pensar no preço dos insumos, para preparar pratos de baixo custo e fáceis de serem executados em todos os hospitais".