Cotidiano

Número de reclamações dobra no Oeste

Foram quase duas mil queixas até agosto contra 904 em 2015

Toledo – Não é nada incomum ouvir histórias de consumidores que já tiveram algum problema após uma compra. Muitas vezes, a situação é resolvida diretamente no local em que o produto foi adquirido ou até mesmo através de serviços telefônicos disponibilizados pela própria empresa. No entanto, existem casos em que não há acordo entre as partes e o impasse precisa ser intermediado pelo Procon (Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor), órgão do Poder Executivo, subordinado pela Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania, que orienta, educa e defende os consumidores contra abusos praticados pelos fornecedores nas relações de consumo.

Dados do Procon/PR mostram que até o momento 58.278 atendimentos foram realizados nas 58 unidades espalhadas pelo Paraná. Entre as principais empresas apontadas pelos consumidores como “problemáticas” estão os bancos, que lideram o ranking de queixas em todo o Estado, com 3.520 procedimentos. Logo atrás estão as empresas de telefonia celular (3.355), telefonia fixa (2.952), telefone convencional (2.552) e TV por assinatura (2.131). Os problemas listados envolvem cobranças indevidas e abusivas, produtos com vício e dúvidas sobre valores.

 

Regional

O intermédio do Procon em situações de abuso ao consumidor tem atraído cada vez mais adeptos. De acordo com o levantamento, até a primeira semana de agosto deste ano foram registradas 1.813 reclamações entre os 50 municípios do Oeste. O número é 101% maior do que o total de atendimentos feitos no mesmo período de 2015, quando foram formalizadas 904 queixas.

Esse aumento é justificado, entre outros fatores, como mais um reflexo da crise econômica do País, conforme explica o coordenador do Procon de Medianeira, Silvio José Lupschinski. “Gradativamente, observamos um acréscimo no número de pessoas que buscam auxílio. O fator crise tem grande influência nisso, principalmente a partir do momento em que o consumidor está reclamando por valores menores”, relata. Lupschinski ressalta que, apesar do difícil cenário na economia nacional, buscar este tipo de atendimento só traz benefícios. “O consumidor está questionando coisas que antes não dava tanta importância, e a partir dessa mudança de perfil, conseguimos cumprir nosso papel e levar o serviço à comunidade”, acrescenta.  Somente em Medianeira foram 26 atendimentos neste ano, quase 24% a mais do que no ano passado.

No Oeste, a cidade com mais reclamações até agosto é Toledo, com 477 queixas. De um ano a outro, a procura pelo serviço foi quatro vezes maior. Em seguida está Cascavel (220), Foz do Iguaçu (208), Santa Helena (127), São Miguel do Iguaçu (113) e Santa Terezinha de Itaipu (105).

Nem todos os municípios da região possuem sede do Procon. Por isso, o cliente que se sentir lesado deve procurar atendimento no estabelecimento mais próximo de onde reside, em horário comercial. A lista com os endereços pode ser acessada pelo www.procon.pr.gov.br.

Telefonia e produtos importados têm mais queixas no Oeste

No ranking regional, problemas com empresas que fornecem serviços de telefone (convencional) foram os principais alvos de reclamação dos consumidores, com 73 queixas de janeiro a agosto deste ano. Fornecedores de produtos importados ocupam o segundo lugar, com 61 reclamações. Empresas de telefonia de celular também integram a lista, com 57 registros. Na região, mais de 50 fornecedores e serviços apresentaram algum tipo de defeito logo após sua aquisição. 

Ranking do Oeste

Serviço                      Nº reclamações

Telefone           73

Produtos importados    61

Telefonia celular          57

Informática      41

Bancos 40

Telefonia fixa   35

Veículos           26

TV por assinatura         23

Orientação

De acordo com o coordenador do Procon de Toledo, José Queiroz, o consumidor tem o direito de acionar o órgão caso se sinta prejudicado ao adquirir qualquer produto ou serviço. “Para oficializar a reclamação é necessário que o cliente apresente o comprovante da compra e documentos pessoais”, explica. Para facilitar ainda mais o serviço, uma plataforma virtual foi lançada e possibilita que o consumidor abra uma reclamação com poucos cliques através do site do Procon/PR.  São 300 empresas inscritas, que tem até 10 dias para resolver o problema ou dar um parecer ao comprador.