Cotidiano

Novos vazamentos do WikiLeaks reforçam ligação de Hillary com Wall Street

WASHINGON ? O WikiLeaks publicou neste sábado supostas transcrições de três palestras pagas da candidata democrata Hillary Clinton para o grupo financeiro Goldman Sachs, informou a CNN.

Os comentários, que foram hackeados da conta de e-mail do presidente da campanha de Hillary, John Podesta, mostram a democrata falando sobre o papel de Wall Street na regulamentação financeira, as relações com o presidente russo, Vladimir Putin, e os danos causados à política externa dos EUA com os vazamentos do WikiLeaks.

Os comentários de Hillary, vazados a poucas semanas das eleições, irritaram os militantes democratas que durante as primárias votaram em Bernie Sanders. O senador, bastante crítico de Wall Street, decidiu endossar Hillary após perder as primárias. Embora esses eleitores tendam a rejeitar Donald Trump, envolvido em controvérsias de assédio sexual, o vazamento pode estimular uma abstenção e favorecer o republicano.

Num dos trechos dos e-mails mencionados pela CNN, de outubro de 2003, Hillary afirma na palestra ao Goldman Sachs que era preciso agir para conter os abusos de abusos de Wall Street ?por razões políticas?:

?Há também a necessidade de fazer alguma coisa porque por razões políticas, se você é um membro eleito do Congresso e pessoas de sua base estão perdendo o emprego e fechando negócios e todo mundo na imprensa está culpando Wall Street, não pode ficar quieto sem fazer nada?, disse Hillary na transcriação.

Esta é a segunda vez que transcrições de palestras da candidata democrata são divulgadas pelo grupo. A campanha de Hillary não quis confirmar a autenticidade das transcrições, informou a CNN, advertindo que também não tinha como comprovar sua origem. Nos vazamentos anteriores do WikiLeaks a assessoria de Hillary não refutou qualquer e-mail. Desta vez, comparou o vazamento ao escândalo de Watergate, que levou ao impeachment do então presidente Richard Nixon. O Goldman Sachs também não quis comentar o assunto.