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Novo ministro do Esporte, Picciani não pretende manter Ricardo Leyse

58174961.jpgO novo ministro do Esporte, Leonardo Picciani, não pretende manter Ricardo Leyser na secretaria executiva da pasta. Principal nome do governo federal nos preparativos das Olimpíadas, Leyser será trocado por Fernando Avelino, funcionário de carreira da Caixa Econômica que já ocupou cargos no governo do estado do Rio e também na prefeitura

O senhor vai mudar a equipe do ministério?

Natural que o ministro monte a equipe. A responsabilidade dos resultados serão minhas, e, portanto, as escolhas da equipe também. Mas não há nenhuma possibilidade de que, do dia para a noite, a gente mude toda a estrutura. Vamos manter os fundamentos, a maioria do corpo técnico. Apenas posições, que são de estrita confiança do ministro, serão mudadas.

O secretário-executivo Ricardo Leyser fica?

Ele não ficará na secretaria executiva, cargo de extrema confiança. Ressalto que ele foi correto nessa transição, tem nos auxiliado nos últimos dias, com informações. Ele vem fazendo um trabalho bem feito e reconhecido. Não tratei com Leyser de permanecer. Sei que ele recebeu propostas de outros órgãos.

Acha que ele vai aceitar?

É decisão dele. São convites que o permitem permanecer na relação com a realização dos Jogos. Acho que seria positivo. Ele participou durante um tempo, tem experiência.

Quem será o novo secretário-executivo?

Vai ser Fernando Avelino, que é um técnico da Caixa Econômica, foi secretário de Habitação do estado do Rio, presidente do Detran do Rio. É engenheiro e funcionário de carreira da Caixa, ocupou várias funções no governo do Rio, o que facilita a interlocução. Estava na Secretaria de Habitação da prefeitura.

Os empregos gerados pelas Olimpíadas sumirão. O que pode ser feito?

A visibilidade que tem os Jogos é benéfica para atrair investimentos, turismo, uma agenda importante de desenvolvimento para o país. E, para o Rio de Janeiro, isso é muito importante. O Rio de Janeiro tem uma dependência muito grande da indústria do petróleo e precisa encontrar outras matrizes para minimizá-la.

A Lava-Jato apontou indícios de irregularidades em obras da Copa e das Olimpíadas. Haverá um pente-fino?

Se ocorreram desvios, a exemplo do que vimos em outras áreas, eles serão apontados. Disso, eu não tenho dúvida. Com relação a nossa gestão, pedi ao ministro da Fiscalização (Fabiano Silveira) que indique um técnico para ocupar o cargo de assessor de controle interno. E vamos fazer revisão dos contratos em andamento. Isso não é nenhuma desconfiança, é uma questão de precaução. Eu sou político, disputo eleições. A Lei da Ficha Limpa é muito rígida, dura. Além disso, da necessidade de ter transparência e rigor nos mecanismos de controle, no meu caso, preciso, em função de exercer cargos eletivos, ter um rigor maior.

Houve epidemia de zika, impeachment, episódios de violência urbana, acidente na ciclovia… As Olimpíadas vão dar certo?

As Olimpíadas serão um sucesso. O Brasil deu demonstração importante. Mesmo passando por momentos de turbulência política, tem conseguido honrar compromissos para fazer os Jogos.

Como ficam os repasses que ainda precisam ser feitos? A prefeitura do Rio está há mais de dois meses adiantando recursos.

Todos os compromissos serão cumpridos. No que diz respeito aos repasses, o Ministério do Esporte tem buscado se manter em dia, nós temos assegurado o nosso orçamento e nosso cronograma de desembolso financeiro.

Houve problemas de fornecimento de energia em eventos-teste. Há risco de apagão nas Olimpíadas?

Não há risco. O Ministério do Esporte liberou R$ 290 milhões para a contratação de energia temporária e geradores. O governo do estado também tem um compromisso de R$ 104 milhões.

No futebol, acha que algo pode ser feito pra proteger clubes formadores?

É preciso fazer uma revisão da Lei Pelé para encontrar o equilíbrio em uma relação justa para o atleta, para o clube que o revelou, e que permita que o futebol funcione.

Concorda com rebaixamento de clubes que não cumprem os compromissos para poderem renegociar suas dívidas?

Os clubes precisam quitar suas dívidas. E os clubes que assinaram esse compromisso devem cumprir a lei.

O governo anterior estava rediscutindo o estatuto do torcedor, para aumentar a punição de clubes na questão de briga de torcidas. O senhor já tomou conhecimento?

Participei da discussão de projetos sobre futebol no Congresso. Eu vou reunir nos próximos dias com a equipe da Secretaria Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor para que a gente estabeleça o combate à violência nos estádios como prioridade. É intolerável que as pessoas se matem nos estádios. É intolerável que um pai, uma mãe, não tenham segurança de levar seu filho