Opinião

Novas áreas de atuação no mercado: como as universidades estão se preparando para isso

Por Elton Ivan Schneider

Para muitas pessoas, o Dia do Trabalho é uma data para ser lembrada uma vez ao ano, mas, para nós que trabalhamos com educação e formação de profissionais, a preocupação com o tema ocorre ao longo dos 365 dias. Sempre estamos pensando em como proporcionar a melhor formação a todos aqueles que buscam um curso superior para se preparar para o mercado de trabalho atual e futuro.

Não há dúvidas de que a evolução das tecnologias digitais trará (e já está trazendo) grandes transformações ao mercado, aos empregos, aos negócios e à sociedade, principalmente para as profissões que possam ser impactadas por robótica, inteligência artificial e automação. É muito óbvio dizer que serviços de telemarketing serão substituídos por chat bots e que no lugar dos atendentes de fast food entrarão, por exemplo, os terminais de autoatendimento – como nos bancos.

Podemos afirmar que muitas profissões tradicionais serão fortemente impactadas pela tecnologia no futuro, como administração, jornalismo, direito, engenharia, medicina, entre outras. Ser impactado é diferente de ser extinto; eles serão diferentes de como são constituídos hoje, vão incorporar mais tecnologia, mais matemática e estatística, vão exigir maior capacidade de análise e interpretação de dados, maior uso de tecnologia aplicada aos processos e aos negócios. Não se trata de extinção, mas de regeneração – afinal de contas precisamos aprender ao longo da vida, para a vida e para sempre.

E não é apenas com a extinção e a adaptação de empregos e profissões que nos preocupamos, mas também com o surgimento de novas carreiras. Uma vez colocada à disposição da sociedade, a tecnologia não pode ser mais retirada (tomemos como base a própria internet para nos questionarmos: “será que ainda conseguimos viver sem internet?”). Podemos afirmar que conectividade, tecnologia, globalização, interação e novos serviços vão gerar novas rotinas de trabalho, mudando a lógica do emprego formal existente. Tudo deverá ser mais flexível, tanto empregos, quanto profissões.

Na primeira semana de abril/2019, o governo chinês apresentou um de seus novos programas estatais o “Made in China 2025”, que tem como objetivo colocar o país na liderança da indústria hi-tech mundial, criando 13 novas profissões: engenheiro de IA (Inteligência Artificial), engenheiro de IoT (internet das coisas), engenheiro de big data, engenheiro de computação na nuvem, gestor digital, técnico em modelagem para arquitetura, operador de e-sports, jogador de e-sports, piloto de drone, analista de dados em agricultura, instalador de IoT, operador de robô e manutenção de robô.

Na Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios do Centro Universitário Internacional Uninter, elencamos um conjunto de tecnologias que vão impactar empregos e profissões nos próximos anos, entre elas: internet das coisas (IoT), big data, inteligência artificial (IA), impressão 3D, blockchain, criptomoedas, e-commerce, marketing digital, business intelligence (BI), realidade aumentada, redes sociais, omnichannel e segurança cibernética.

Esses avanços nos levaram à criação de mais de dez novos cursos superiores de tecnologia, com duração de dois anos cada um, que incorporam as tecnologias apresentadas acima.

Para o segundo semestre de 2019 ainda estão previstos os cursos de Bacharelado em Design Gráfico, Design de Interiores e Design de Produto, além de mais três cursos inovadores que envolvem o Design de Animação, o Design de Games e o Design Editorial, todos eles voltados às novas tendências e evoluções tecnológicas da atualidade, como a produção de produtos e materiais para o meio digital, textos, animações e jogos.

 

Elton Ivan Schneider é diretor da Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios do Centro Universitário Internacional Uninter