Cotidiano

No Paraná, 53 mil pessoas moram em áreas de risco

Estudo do IBGE em parceria com o Cemaden, indicou a existência de 137 locais perigosos

Pelo menos 52,6 mil pessoas moram perto de áreas de risco e de desastres naturais no Paraná, o equivalente a 1,4% da população total dos 27 municípios monitorados pelo estudo “População em áreas de Risco no Brasil”, divulgado na última sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e feito em cooperação com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

De acordo com a publicação, o estado conta com 137 áreas de risco nas quais estão instalados 15.384 domicílios nos 27 municípios monitorados.. Apenas em Curitiba são 363 domicílios em situação de risco, com 1.288 pessoas em situação de vulnerabilidade.

Para o estudo, as áreas de riscos de movimentos de massa, inundações e enxurradas monitoradas pelo Cemaden foram associadas, de forma inédita, às informações do Censo 2010. A metodologia foi desenvolvida para ser replicada com os dados do Censo 2020. Ademais, segundo o IBGE, a caracterização da população vulnerável a desastres naturais tem como objetivo subsidiar ações de monitoramento, elaboração de alertas e a gestão de riscos e respostas a desastres naturais. 

Entre os estados da região Sul, o Paraná foi o que apresentou maior porcentual de crianças de até cinco anos em áreas de risco (10,8% do total) se comparado ao número de indivíduos maiores de 60 anos (6,9%). Entre as diferentes faixas etárias, crianças e idosos são consideradas como aquelas mais vulneráveis a desastres, por necessitarem de cuidados especiais, em razão da maior dependência para locomoção autônoma e menor capacidade de resistir a possíveis ferimentos 

Por outro lado, o estado foi o segundo colocado entre todas as unidades federativas do país quando analisada a distribuição da população em áreas de risco segundo o destinodo lixo – ou seja, segundo a ausência de destinação adequada ao lixo. No Paraná, apenas 2,7% das áreas de risco enfrentavam problemas para se livrar desse tipo de material, resultado inferior apenas ao de São Paulo (0,6%). 

A má notícia, porém, é que 19,7% desses odomicílios não possuíam esgotamento sanitário adequado. Isso se explica pelo fato de 20,3% das pessoas que viviam em áreas de risco morarem em aglomerados subnormais (1,7 milhões de moradores). Em relação aos domicílios, esse percentual era de 19,9% (490.849 domicílios).

Em Piraquara, 20,3% da população viveria em pontos de vulnerabilidade

Em 2010, a população em áreas de risco nos 872 municípios brasileiros monitorados pelo Cemaden chegava a 8.270.127 habitantes, que viviam em 2.471.349 domicílios particulares permanentes. Cerca de 17,8% das pessoas que viviam nas áreas de risco desses municípios eram idosos ou crianças, os grupos etários mais vulneráveis.

Em todo o país, Salvador era o município monitorado com o maior número de moradores em áreas de risco: 1.217.527 pessoas, ou 45,5% da sua população. No Paraná destacou-se o Município de Piraquara com 18 930 moradores (20,3% do total do município) em áreas de risco.