Agronegócio

No Oeste, média diária de abate de frangos foi de 3 milhões em 2021

Paraná é o maior produtor de frangos do Brasil e também o principal exportador

Matelândia- 22-10-2020 - Abatedouro de aves da cooperativa lar em Matelândia - Foto : Jonathan Campos / AEN
Matelândia- 22-10-2020 - Abatedouro de aves da cooperativa lar em Matelândia - Foto : Jonathan Campos / AEN

 

 

Cascavel – Com a força das cooperativas, a Região Oeste do Paraná é uma das regiões que contribuiu, e muito, com os dados de abate de frangos divulgados pelo IBGE. Em entrevista ao Jornal O Paraná, o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, disse que este recorde se deu devido ao preço internacional e a valorização dólar. Na região Oeste, a média nos frigoríficos foi de mais de 3 milhões de frangos abatidos todos os dias. Somente a Coopavel abateu 58 milhões de aves no ano passado, superior aos 49,7 milhões de 2020.

Para este ano, o Dilvo Groli avalia que, para o cenário nacional, diante da guerra e ainda reflexo da pandemia, não há perspectivas de crescimento, principalmente devido aos custos de produção em função dos valores dos grãos e da logística, que estão pressionadas ainda, pela elevação do preço do petróleo. “Devido a estes fatores o cenário de 2022 para essa proteína não é de crescimento”, salientou.

Segundo Groli, a região Oeste deve seguir a mesma tendência nacional, sem previsão de crescimento. Além disso, com os custos de produção em alta, é provável que algumas empresas, principalmente aquelas que não têm grãos suficientes, terão que reduzir os seus abates diários e o reflexo será para o consumidor, já que a carne de frango deve ter um aumento de 10% a 20% para conseguir cobrir os custos de produção.

 

Maior produtor

Irineo da Costa Rodrigues, presidente do Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná), lembrou que o Paraná é o estado que mais produz frango no Brasil, um total de 34% de todo o frango do país, sendo o maior exportador do produto, cerca de 40% do total. “Se pensarmos que o Brasil é o maior exportador de frango e o Paraná tem esta contribuição, isso demonstra a importância da atividade do estado para o país”, disse.

Segundo ele, com isso, é natural que o crescimento contribua muito para o aumento histórico, lembrando que o estado tem características importantes de produção, já que os estados do sul têm uma forte agricultura familiar, onde a criação que depende de mão-de-obra, sem dúvida, tem mais força. Aliado a isso, a produção de grãos cresce muito no Paraná, com potencial bastante forte, já que é a matéria prima para a nutrição de frango. “Temos todas as condições de crescer como estado. Paraná é exemplo de liderança na avicultura e fará com que o estado cresça sempre”, ratificou.

Outro exemplo é a Cooperativa C.Vale, de Palotina, que também aumentou o abate. O sistema de integração produziu 151,2 milhões frangos em 2021 e o que resultou em 378,8 milhões de quilos de carnes, número maior se comparado a 2020 quando foram abatidos 374.681.148 cabeças. Deste total, 66,76% se destinaram ao mercado externo.

Alfredo Lang, presidente da C.Vale, reforçou que a taxa de câmbio favoreceu as exportações de carne de frango e ajudou a minimizar a alta dos custos da soja e do milho. A rentabilidade, porém, não ficou nos mesmos níveis de 2020, justamente devido à alta dos custos. “O desafio para 2022 será conseguir rentabilidade com custos ainda mais altos e com taxa de câmbio menos favorável que no ano passado”, completou o presidente.

 

AEN

 

Brasil bate recorde em abate de frangos em 2021, alta de 2,8%

 

Cascavel – O abate de frangos no Brasil atingiu novo recorde em 2021, de acordo com os dados divulgados, ontem (15), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O crescimento foi de 2,8%, um total de 169,87 milhões de cabeças a mais em comparação com 2020, totalizando 6,18 bilhões. Com esse desempenho, o país registrou recorde da série histórica da Pesquisa Trimestral do Abate, que começou a ser feita no ano de 1997.

Conforme o analista da pesquisa do IBGE, Bernardo Viscardi, a alta das exportações da carne de frango in natura contribuiu para o recorde de frangos abatidos em 2021. No entanto, o consumo interno que segue crescendo, também teve a sua parcela no desempenho. Com a alta da carne bovina, a população procurou substitutos, ou seja, tanto o frango quanto a carne suína se tornaram opção de proteínas mais em conta, principalmente devido os impactos da pandemia da Covid-19 na economia do país.

A Pesquisa Trimestral do Abate de Animais do IBGE disponibiliza informações sobre o total de cabeças abatidas e o peso total das carcaças para as espécies de bovinos (bois, vacas, novilhos e novilhas), suínos e frangos, tendo como unidade de coleta o estabelecimento que realiza o abate sob fiscalização sanitária federal, estadual ou municipal.

 

Ovos

Outro recorde em 2021 foi na produção de ovos de galinha, que atingiu 3,98 bilhões de dúzias, uma variação de apenas 0,2% frente a 2020, ainda assim o suficiente para o registro de novo recorde na série histórica da pesquisa, iniciada em 1987. “Desde 2020, verifica-se um aumento do consumo do produto, após o início da pandemia da covid-19, relacionado à queda no poder aquisitivo da população”, disse, destacando o consumo do ovo como fonte de proteína acessível em tempos de economia desacelerada.

O leite captado teve queda de 2,2% sobre a quantidade registrada em 2020. Foram 25,08 bilhões de litros no ano passado. Esse foi o primeiro recuo depois de quatro anos de aumentos consecutivos, de 2017 a 2020. Mesmo com a retração, o resultado foi o segundo melhor para um ano, levando em consideração a série histórica da pesquisa, iniciada em 1997. “O ano de 2021 foi marcado pela ocorrência de geadas e por um período seco mais intenso, que contribuíram para prejudicar as pastagens em algumas das principais regiões produtoras”, disse o analista.

De acordo com Viscardi, houve alta dos custos com aumento dos preços dos insumos como a suplementação para o gado, o custo da energia e dos combustíveis, o que provocou efeitos na cadeia produtiva do leite. “É um setor que tem dificuldade em passar essa alta para o consumidor”, explicou.

 

Foto ABR

 

 

Carne bovina revê recuo no abate a alta no preço

A carne de frango superou as expectativas em relação a carne bovina, por exemplo, que teve um recuo de 7,8% se comparado ao ano anterior, cujo o índice já tinha apresentado queda de 7,9% em comparação a 2019. O abate de bovinos alcançou 27,54 milhões de cabeças em 2021.

Conforme Viscardi, o resultado de 2021 manteve o cenário que era observado desde o início de 2020. “No caso dos bovinos, permanece a retenção de animais, principalmente das fêmeas, para fins de procriação. A arroba está valorizada, em um ciclo de alta, fazendo com que o produtor evite o abate”, explicou.

A pesquisa confirma o argumento, uma vez que o total de fêmeas abatidas ao longo de 2021 foi o menor resultado desde 2004, com 9,31 milhões de cabeças. Outro fator que influenciou o resultado de bovinos foi a restrição imposta pelo mercado da China, o principal importador de carne bovina brasileira, respondendo por mais de 50% da exportação nacional.

Em setembro, depois da constatação de dois casos atípicos da doença da vaca louca, a China embargou a carne proveniente do Brasil, impedimento que durou até dezembro. Para o analista, isso impactou a cadeia da carne bovina, já que a exportação vem ao longo dos últimos meses em altos patamares. “O desempenho na exportação auxiliou a cadeia da carne suína, que enfrentou um cenário desafiador com o aumento dos custos de produção”, reforçou.

Mesmo com a restrição, as exportações de carne bovina in natura conseguiram o terceiro melhor resultado da série histórica da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia (Secex). Ao todo, foram enviadas ao exterior 1,56 milhão de toneladas. O preço da arroba bovina também sofreu impacto da crise com o país asiático, com desvalorização no mercado. Com isso, o produtor acabou segurando o abate para tentar vender mais caro adiante.

A pesquisa aponta ainda que também teve saldo positivo o abate de suínos, com o avanço de 7,3%, o ano de 2021 marcou recorde no abate de 52,97 milhões de cabeças de suínos, ou mais 3,61 milhões, na comparação com 2020.

Leite cru chega a R$ 2,08

O IBGE incluiu na divulgação da pesquisa, como estatística experimental, o novo indicador do preço do leite cru pago ao produtor no escopo da Pesquisa Trimestral do Leite. Em 2019, o preço médio por litro, em nível nacional, ficou em R$ 1,36. Em 2020, chegou a R$ 1,70, e fechou 2021 em R$ 2,08. “Desde 2019, o questionário da pesquisa passou a ter uma consulta às empresas sobre o preço médio pago, mensalmente, pela matéria-prima adquirida (leite cru in natura, resfriado ou não). Desde então, a variável investigada foi utilizada apenas internamente para subsidiar a coleta e a crítica dos dados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM)”, informou o IBGE.