Política

No berço do agronegócio, Flávio Rocha defende a liberdade econômica brasileira

Cascavel – Integrante de um dos maiores grupos de vestuário do País, a Riachuelo, com 23 mil empregados e uma fortuna avaliada em R$ 1,3 bilhão, aterrissou ontem em Cascavel o empresário Flávio Gurgel Rocha, pré-candidato pelo PRB (Partido Republicano Brasileiro) – mesma legenda de José Alencar, ex-vice-presidente que faleceu em 2011 após intenso tratamento contra o câncer, e dos deputados federais midiáticos Sérgio Reis e Celso Russomanno.

Defensor da Operação Lava Jato, o presidenciável se coloca distante da polarização partidária de direita e esquerda. Em encontro com empresários da Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel), no berço do agronegócio, apontou a defesa que deve se figurar durante a campanha: realinhamento da economia nacional.

Com bagagem na iniciativa privada, ele defende a liberdade econômica, com redução da interferência do Estado, prevalecendo a lei da oferta e da procura. “O País deve estar receptivo a investimentos. O Brasil competitivo atrai investimentos e é a única forma de gerar empregos. Sofro muito com a máquina pública que atua na destruição de empregos. Destroem milhões de empregos devido à burrice da burocracia brasileira, que se torna asfixiante. Nosso País, pátria do empreendedorismo, expulsa investimentos e é hostil com investidores”, afirma.

Quem é

Embora para muitos seja uma novidade no cenário da política nacional, Rocha já teve atuação como deputado federal pelo Rio Grande do Norte, em 1986, reeleito em 1990. Ele foi um dos apoiadores da candidatura de João Dória, também empresário, à Prefeitura de São Paulo. A aliança do PRB agora é costurada no Paraná com Ratinho Júnior (PSD) à pré-candidatura ao governo do Estado, aumentando o possível eleitorado de evangélicos e empresários para ambos.

Rocha integra a Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, com mais de 1 milhão de membros no País. Declara-se defensor dos direitos da família, mas respeita o princípio legal da união estável entre pessoas do mesmo sexo. “Já está na lei com total apoio: duas pessoas adultas têm o pacto de contrato que quiserem. Mas eu, como liberal, não posso admitir que o Estado intervenha em uma instituição privada/igreja ou instituição qualquer para ditar suas normas. Uma instituição pode escolher ser mais ou menos conservadora, tais quais seus ideais”.

O pré-candidato é contra a legalização da maconha: “Estou ao lado das mães de família que disputam os filhos com o tráfico de drogas”. A corrupção na política, desvendada pela Polícia Federal, é tratada pelo presidenciável como “um dos piores escândalos da humanidade”, que, segundo ele, “fazia patinar o crescimento de um País com tantas potencialidades”.

“Estado sofre um problema crônico de gestão”

O desemprego brasileiro que atinge hoje 13,1% – corresponde a 13,7 milhões de brasileiros sem trabalho – é um dos grandes desafios para Flávio Rocha. Embora tenha apoio do MDB do presidente Michel Temer, o empresário critica de maneira geral a administração pública. “O Estado sofre um problema crônico de gestão e é fundamental que a experiência empresarial possa chegar até a gestão pública. Temos uma vivência no que é fundamental na geração de empregos, que faz mover a economia, que põe dinheiro no bolso do trabalhador. Quando se resolve o desemprego, resolvemos problemas de segurança, justiça, polícia moradia…”