Cotidiano

Naufrágio no Mediterrâneo deixa mais de cem desaparecidos

ROMA – Ao menos quatro pessoas morreram e outra centena desapareceram no naufrágio, nesta terça-feira, de um bote de borracha em frente à costa da Líbia, informou a ONG alemã Jugend Rettet, que até agora só conseguiu localizar 23 sobreviventes. Na segunda-feira, um cargueiro que foi socorrer outro bote após um naufrágio similar, só conseguiu resgatar 15 pessoas. Traficantes costumam levar neste tipo de embarcação entre 120 e 140 pessoas.

Desde o sábado, a guarda costeira italiana socorreu mais de 2.600 migrantes em frente à costa líbia, o que mostra um importante ritmo de saídas ao mar, apesar do mau tempo na região.

“Um bote de borracha naufragou. Os 23 sobreviventes estão no petroleiro ‘Maersk Erin’. Uma centena de pessoas estão desaparecidas. Equipes [de resgate] buscam sobreviventes na água e encontraram cadáveres”, reportou a ONG alemã no Twitter.

“Estávamos muito longe, não pudemos ajudá-los. As condições marítimas são terríveis”, explicou outra ONG, a Rainbow for Africa, que tem uma equipe médica a bordo do ‘Iuventa’, o barco da Jugend Rettet.

Os sobreviventes foram transferidos depois a outro barco, o ‘Aquarius’, das ONGs SOS Méditerranée e Médicos sem Fronteiras.

“Nosso barco naufragou esta manhã às 6h [3h de Brasília]. Éramos 122 a bordo, não havia menores de 15 anos, mas havia 10 mulheres que viajavam conosco e só uma sobreviveu”, explicou um sobrevivente guineano, em palavras reproduzidas por um porta-voz da SOS Méditerranée.

“Esperamos na água, agarrados a tudo que flutuava, mas a maioria das pessoas afundou, inclusive meu irmão caçula, que tinha 15 anos”, contou o homem, visivelmente traumatizado.