Cotidiano

Na ONU, MSF faz apelo contra ataques a hospitais em zonas de guerra

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NOVA YORK ? No Conselho de de Segurança da ONU, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) fez um apelo nesta quarta-feira contra os frequentes ataques a hospitais em zonas de guerra. A presidente da ONG, Joanne Liu, pediu mais atenção da comunidade internacional a estes atentados, com propostas para reforçar a proteção a profissionais de saúde. Na semana passada, um comboio humanitário e um hospital foram alvo de atentados na Síria.

As medidas propostas pela presidente da MSF incluem a nomeação de um representante especial para documentar e reportar ataques a hospitais pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon; a criação de mecanismos para garantir investigações independentes e efetivas destes atentados; e o estabelecimento de uma ?linha vermelha? para impedir ataques a hospitais e profissionais de saúde em todos os manuais militares, regras de engajamento e procedimentos operacionais.

? A impunidade deve acabar. Isso só vai acontecer quando houver pressão política e forem cobradas responsabilidades ? disse Joanne ao Conselho de Segurança.

Ela relembrou que, no início de agosto, o hospital da organização em Abs, no Iêmen, foi destruído em um ataque aéreo da coalizão liderada pela Arábia Saudita. Dezenove pessoas morreram, incluindo pacientes e profissionais de saúde.

? Foi o quarto ataque do gênero contra instalações de MSF no Iêmen em menos de um ano, totalizando 32 mortos e 51 feridos. E foi tão impiedoso e ilegítimo quanto os anteriores. Nossa equipe teve que se retirar do Norte do país, deixando um grande número de pessoas com acesso ainda mais restrito a cuidados de saúde.

Além disso, fez um apelo contra os incessantes ataques a Aleppo, na Síria, pelas forças russas e sírias nos últimos dias, sem brechas para que os pacientes mais graves deixem a cidade. O país se vê afundado em uma sangrenta guerra civil, que já completa cinco anos e deixou centenas de milhares de vítimas fatais.