RIO – Apesar de dizer que não gosta, Usain Bolt deu descontraídas e rápidas entrevistas na zona mista do Engenhão após o revezamento 4x100m, prova na qual ganhou a sua nona medalha de ouro e que marca a sua despedida da Olimpíada. Disso, ele não sentirá saudade, mas o calor do público, que mais uma vez tratou no Rio o atleta jamaicano com uma lenda, com direito a parabéns pelo seu aniversário (faz 30 anos no domingo), fará falta ao mito.
? Da energia do publico: eu vou sentir falta disso. Eu recebo tanto amor e gosto de retribuir o apoio que ganho nas pistas. Vou sentir falta do público, mas não das entrevistas. Já dei mais de 500! – disse Bolt, arrancando sorrisos.
Tietado também por jornalistas do mundo todo, funcionários e voluntários da Rio-2016, que não estavam nem aí para a recomendação de não tirar fotos com atletas, e faziam centenas de selfies, Bolt caminhou pela última vez por uma zona mista olímpica ao lado de seus companheiros de revezamento, Asafa Powel, Yohan Blake e Nickel Ashmeade, mas era como se estivesse sozinho. Ao perceber que atraía todas as atenções, ele tentava passar o bastão aos amigos.
? Em um esporte individual, é um prazer pode competir em equipe, e logo com os maiores da Jamaica, como vocês puderam ver. Eu falei para eles não me darem muito trabalho e, assim que eu peguei o bastão, eu soube que iríamos ganhar – declarou Bolt, que fechou o revezamento.
GLÓRIAS E SACRIFÍCIOS
Ídolo global desde Pequim-2008, Bolt se despede com a sensação do dever cumprido e de alívio por ter a certeza de estar entre os maiores do esporte de todos os tempos.
? Na minha primeira, fiquei feliz (de vencer três provas). Na segunda, foi um desafio. A terceira, inacreditável. Dizem que eu sou invencível. Eu só desejo que ninguém consiga fazer isso de novo ? afirmou o jamaicano.
Na hora da aposentadoria, Bolt lembrou normalmente das glórias e dos sacrifícios que precisou fazer para alcançá-las.
? É com certeza um alívio, porque é algo estressante toda a preparação, todas as lesões. Abdiquei de muitas coisas. É preciso um trabalho duro, banhado em suor e lágrimas. Por outro lado, eu adoro competir e vou sentir falta da pista ? disse Bolt, com pressa, sempre correndo, como fez em toda a carreira.
