Esportes

Na esgrima em cadeira de rodas, a cerimônia faz parte da luta

Entre o cerimonioso e o vigoroso, a esgrima em cadeira de rodas conta com as particularidades dos esportes adaptados nos Jogos Paralímpicos. Como todo ritual da apresentação e preparação dos esgrimistas, que demora mais do que a prova em si.

Da entrada dos atletas, a colocação e amarração das cadeiras de rodas no ângulo certo, o acerto da distância entre eles ? a medida se dá entre o braço de um esticado com a arma e o antebraço do outro dobrado ? e os cumprimentos de armas tomam-se mais de cinco minutos, em média.

Conteúdo de uma matéria só: quadro de medalhas

A luta, em si, decorre em três minutos cronometrados, que são parados a cada ponto ou necessidade de intervenção. E são muitas. A força e o impulso tomados, por exemplo, para atingir o adversário da cintura para cima (uma manta é colocada para proteger as pernas e as rodas nas disputas de espada) movimentam a cadeira constantemente, e voluntários são acionados para recolocá-la no lugar. Além dos pedidos constantes dos atletas para verificar se o ponto foi válido ou não. Mesmo assim, não chega a mais de quatro minutos para atingir os 15 pontos, que dão a vitória, no caso das fases finais.

Mas bagunça também pode definir a fase classificatória do esporte, que, num só dia paralímpico, tem a disputa de quatro categorias distintas por gênero e grau de deficiência. Entre berros dos atletas e gritos da torcida, uma babel se instala com oito lutas simultâneas. A confusão é tão grande que, de repente, aqueles que estavam entoando ?Brasil, Brasil”, são cooptados pelos poucos torcedores de Belarus, que conquistaram os brasileiros nas arquibancadas.

BRASILEIROS VOLTAM HOJE

Sem se abalar com a balbúrdia inicial, os chineses compreendem bem essa mistura de cerimônia e força. Ontem, das quatro medalhas de ouro em disputa, três foram para a China ? duas na espada feminina categorias A e B, com Xufeng Zou e Jingjing Zhou, respectivamente, e uma na espada masculina, categoria A, com Gang Sun. Na B, o título foi para Andrei Pravenich, da Belarus, favorito do público.

O Brasil parou nas quartas de final com seu atleta mais forte. O gaúcho Jovanne Guissone, campeão olímpico na espada individual categoria B em Londres-2012, perdeu nas quartas de final para o ucraniano Oleg . Os demais brasileiros não passaram da primeira fase da competição.

Hoje, ele terá mais uma chance no florete individual na categoria B (atletas com pouca mobilidade do tronco e problemas num dos braços). No entanto, a maior chance de medalhas, segundo ele, é na espada por equipes, que será na quinta-feira. Ele também compete na equipe do florete.

? A nossa equipe de espada está muito bem. Conseguimos medalha de bronze numa Copa do Mundo e temos ficado entre os quatro nas últimas vezes. Também há chances nas outras. Mas a espada é a mais forte ? afirmou Guissone.

As medalhas do Brasil na Paralimpíada