Cotidiano

Na Copa do Mundo, enfermeira foi demitida por gravar Neymar na maca

RIO ? A médica do Hospital Sírio-Libanês que compartilhou pelo WhatsApp dados sigilosos de Dona Marisa não é o único caso de demissão por comportamento inadequado durante internação hospitalar de uma personalidade. Na Copa do Mundo de 2014, quando o atacante Neymar fraturou uma vértebra, uma enfermeira do hospital em Fortaleza onde o jogador foi atendido também foi demitida. Nesse caso, a demissão foi causada por uma gravação com celular da chegada de Neymar ao hospital em uma maca.

Após a maca que levava o jogador passar pela enfermeira, ela virou a câmera para si, fez um sinal de positivo, sorriu e mandou um beijo. O vídeo logo caiu na rede, e funcionária foi demitida pela exposição do paciente, segundo noticiou na época o jornal Tribuna do Ceará.

Neymar ficou no hospital por 40 minutos e em seguida viajou com a seleção brasileira para a Granja Comary, em Teresópolis, no Rio de Janeiro. Por conta da lesão na vértebra, ele ficou cinco semanas afastado dos gramados. Com quatro gols na Copa do Mundo, ele era o artilheiro do Brasil na competição. Sem ele, a seleção brasileira enfrentou a Alemanha e perdeu de 7 a 1, na semifinal do Mundial.

A médica reumatologista, Gabriela Munhoz, de 31 anos, do Sírio-Libanês, enviou mensagens a um grupo de WhatsApp de antigos colegas de faculdade, confirmando que dona Marisa estava no pronto-socorro com diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico de nível 4 na escala Fisher, prestes a ser levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), poucas horas após a chegada da ex-primeira-dama ao hospital. O hospital informou que Gabriela foi demitida por causa do compartilhamento de informações sigilosas, embora não tenha informado a data em que isso aconteceu.

De acordo com o Código de Ética Médica, profissionais de saúde não podem permitir o acesso de terceiros a prontuários de pacientes. A mensagem foi compartilhada no grupo intitulado ?MED IX?, numa referência à turma de formandos em Medicina de 2009 na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, e se espalhou em outros grupos de whatsapp. O boletim médico divulgado horas depois pelo hospital faz referência à hemorragia cerebral por ruptura de um aneurisma, mas não dava detalhes técnicos a respeito da gravidade do diagnóstico.

Desde o dia 24 dona Marisa está em tratamento na UTI. Nesta quarta-feira houve uma piora em seu estado de saúde e exames apontaram que ela não tem mais fluxo cerebral. A família autorizou a doação de seus órgãos.