Cotidiano

Mundo vai perder um em cada três ursos polares por causa do clima

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RIO ? O degelo do Ártico provocado pelas mudanças climáticas deve reduzir em um terços a população de ursos polares nas próximas décadas, alertaram cientistas nesta segunda-feira. A estimativa foi apresentada por pesquisadores de universidades e do governo americano durante um painel de discussões durante congresso da União Geofísica Americana, em São Fransico, na Califórnia.

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As estimativas foram baseadas na análise de dados de satélite que documentam a perda de gelo no Ártico, principal habitat da espécie, entre 1979 e 2015, e projeções de declínio ainda maior nos próximos anos. Segundo os especialistas, existem hoje cerca de 26 mil ursos polares, mas a população deve perder cerca de 8,6 mil nos próximos 35 ou 40 anos.

? Existe o potencial para uma grande redução na população global de ursos polares nas próximas três gerações se a perda de gelo continuar no ritmo que estamos vendo ? disse Kristin Laidre, da Universidade de Washington.

Os ursos polares são animais de grande porte, medindo 3,35 metros, com 635 kg, que usam as plataformas de gelo flutuantes para praticamente todas as atividades, do acasalamento à alimentação. O estudo foi liderado por Eric Regehr, do Fish and Wildlife Service. Em entrevista à Reuters, o pesquisador alertou que a perda de habitat é inequívoca, mas os efeitos variam entre as 19 sub-populações da espécie distribuídas pelo Ártico.

Como exemplo citou uma população de animais no norte do Alasca, que sofreu reduções drásticas com a perda do gelo. Porém, numa outra região, no oeste do estado, o impacto foi menor, provavelmente porque a área sustenta uma grande população de focas e outras presas.

O clima mais quente na região ártica também está afetando as renas, afirmou Andrey Petrov, diretor do Centro Ártico na Universidade do Norte do Iowa. O pesquisador acompanha a população de renas em Taimyr, na Sibéria, e estima que hoje existam 600 mil animais na região, contra 1 milhão em 2000.

A população de Taimyr, que representa 24% da população global de renas, enfrenta problemas como a perda de filhotes por causa dos prejuízos dos padrões migratórios provocados pelo aquecimento.