Cotidiano

Mulheres tiveram menos da metade das falas nos dez filmes com maior bilheteria em 2016

RIO – Mesmo com o constante esforço feminino em alcançar destaque no cinema, parece que 2016 não foi um bom ano para as atrizes de Hollywood. Enquanto diretoras como Andrea Arnold (“American honey”), Amma Assante (“Belle”) e Mira Nair (“Rainha de Katwe”) tiveram seus filmes bem recebidos pela crítica, e personagens femininas protagonizaram blockbusters, como “Caça-fantasmas”, “O bebê de Bridget Jones” e “A garota no trem”, a maioria das personagens femininas continuam com menos falas do que os homens.

Um novo estudo, feito pela pesquisadora de dados Amber Thomas, revelou que apenas 27% dos diálogos dos filmes de maior bilheteria de 2016 eram destinados às mulheres. Amber também descobriu que dos dez filmes mais vistos no ano, nem 50% das falas eram de mulheres.

O estudo analisou os filmes “Capitão América 3: Guerra Civil”, “Procurando Dory”, “Mogli: O Menino Lobo”, “Batman vs Superman: A origem da Justiça”, “Rogue One: Uma história Star Wars”, “Deadpool” e “Esquadrão Suicida”. A maioria deles tinham uma considerável quantidade de personagens femininas.

Da lista, “Rogue One” foi o pior filme avaliado: apenas 9% dos diálogos foram femininos. Margot Robbie, de “Esquadrão Suicida”, por sua vez, teve apenas 42% das falas, ainda que boa parte das peças de divulgação do filme tenham utilizado sua imagem.

“Procurando Dory”, da Pixar, teve a avaliação mais equilibrada, com 43% das falas destinadas às mulheres.

No ano passado, um outro estudo, com mais de mil filmes feito pela Polygraph, revelou que os diálogos femininos começam a diminuir quando as atrizes passam dos 31 anos. Já para os homens, a queda nos diálogos só acontece quando eles chegam a 42 anos, ou mais.