Cotidiano

Mulheres empreendedoras: o que as diferencia?

Conheça três histórias inspiradoras de mulheres que driblaram dificuldades e hoje celebram o empreendedorismo

Mulheres empreendedoras: o que as diferencia?

Elas são mais de 24 milhões em todo o Brasil. Segundo pesquisa realizada pelo Sebrae, cerca de 45% das empreendedoras são chefes de domicílio e dependem exclusivamente do próprio negócio para sustento da família. Para isso, é preciso coragem e disposição para encarar barreiras econômicas e sociais. Tatiane de Carvalho conhece bem os desafios de empreender.
Há quatro meses, abriu uma empresa de higienização e limpeza de estofados, em Cascavel. Antes disso, trabalhou por mais de vinte anos como diarista em residências e comércios. Nesse tempo, enfrentou preconceitos e desvalorização por fazer atividades de limpeza, mas nada que abalasse a determinação.

“Tenho orgulho de onde vim. Tudo o que tenho conquistei por meio do trabalho como diarista e agora venho conquistando como empreendedora. Escolhi viver disso e proporcionar o prazer da limpeza aos meus clientes. Essa foi minha escolha e é o que me faz feliz”, conta Tatiane.

A mesma motivação faz parte da empresária Hellen Faria. Insatisfeita com o trabalho em salão de beleza, ela pesquisou na internet alguma profissão diferente que pudesse tocar seu coração. Encontrou na produção de pirulitos de cristal, doces feitos com açúcar caramelizado usados para decoração de festas de aniversário, uma saída para ser mais feliz e realizada profissionalmente. Adquiriu os moldes para produzir os pirulitos e na cozinha da própria casa, começou a fabricar os doces. A primeira venda foi sucesso e a empreendedora decidiu continuar. Há cerca de um ano, abriu o próprio negócio e com as vendas dos pirulitos consegue ajudar seu esposo no sustento das duas filhas. Hoje, Hellen chega a produzir 450 pirulitos por mês, em média, tudo feito manualmente.

“Encontrei um trabalho que adoro e que me deixa próxima das minhas filhas. Empreender é desafiador, principalmente para mulher, que precisa conciliar o trabalho com cuidado dos filhos, do marido e da casa. São multitarefas e duplas e triplas jornadas, mas com determinação e fé, damos conta do recado”, revela Hellen.

Sirlene Cunha também topou esse desafio. Do salão de beleza, foi direto para o balcão de uma loja de material de construção. A troca, segundo ela, foi desafiadora e gratificante. Tudo começou há 13 anos, quando o marido dela comprou a loja do sogro. Em 2015, no entanto, o marido faleceu. Mesmo abalada com a perda repentina, Sirlene decidiu continuar o negócio. Enfrentou dificuldades principalmente das tarefas administrativas e estratégicas da empresa, mas não desistiu. “Precisei recomeçar e para isso fui buscar novos conhecimentos por meio de cursos e muitos estudos. Conquistei muitas coisas na minha vida de empresária, mas isso não significa que devo parar. Cada dia aprendo algo novo e é isso que me motiva continuar o meu caminho”, orgulha-se Sirlene.

Novos conhecimentos
O desejo em continuar trilhando o caminho do empreendedorismo e a busca por aprendizagem são comuns às três mulheres. Tatiane, Hellen e Sirlene participam do curso gratuito de formação e capacitação de empreendedores, promovido pela AMIC PR (Associação de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte do Paraná), em Cascavel.

Todos os meses, elas vão se reunir a outras empreendedoras para adquirir conhecimentos e compartilhar experiências como donas de seus próprios negócios. A AMIC PR tem a missão de facilitar o desenvolvimento das mulheres empreendedoras, prestando apoio necessário a continuidade de seus negócios.

“A entidade ressalta seu compromisso de promover o fortalecimento do empreendedorismo, oferecendo suporte e respaldo necessário para elas. Queremos que todas permaneçam firmes com o propósito de empreender e conquistar seu espaço na sociedade com respeito e dignidade”, finaliza a presidente da AMIC PR, Sonia Spengler Xavier.