Cotidiano

Mulher trans foi estuprada, queimada até a morte e mutilada na Turquia

RIO – O estupro seguido de morte com requintes de crueldade de uma jovem transsexual está gerando protestos de milhares de pessoas na Turquia, que pedem justiça e o fim dos crimes de ódio contra a população LGBT no país.

Hande Kader, de 22 anos, morava em Istambul. Mesmo na cosmopolita maior cidade turca, pessoas trans não tem grande aceitação na sociedade, e Hande tinha que trabalhar como prostituta. Segundo seus amigos, foi vista pela última vez entrando no carro de um cliente, informa a imprensa local. Em 12 de agosto, seu corpo foi encontrado queimado e com partes faltando.

Amigos de Hande e ativistas de direitos LGBT têm feito tributos a ela nas redes sociais desde então. No Twitter, o nome dela se tornou um dos principais mais comentados, com milhares de menções à hashtag #HandeKadereSesVer (“Deêm voz a Hande Kader”).

Hande era uma ativista conhecida no país, tendo sido filmada e fotografada em muitos protestos. Em junho de 2015, foi escoltada pela polícia após uma confusão na Parada do Orgulho Gay, quando a polícia “dispersou” os manifestantes com bombas de efeito moral e canhões d’água.

Embora a homossexualidade não seja ilegal na Turquia, ativistas dizem que a discriminação ainda é comum. O assassinato de Hande ocorreu apenas duas semanas após um sírio gay ser decapitador em Istambul.

Milhares de pessoas são esperadas num protesto neste domingo na cidade contra os crimes de ódio contra a população LGBT. Os protestos do tipo ainda são proibidos na cidade.