Cotidiano

Mulher sobrevive por um mês em cabana isolada nas montanhas da Nova Zelândia

RIO — Uma mulher de nacionalidade tcheca foi encontrada com vida nesta quarta-feira em uma cabana remota nas montanhas do Parque Nacional Fiordland, no sul da Nova Zelândia. De acordo com autoridades locais, ela estava em boas condições de saúde, apesar de ter passado praticamente um mês isolada, após a morte do marido durante uma caminhada. O casal começou a aventura no dia 28 de julho, e o homem caiu num precipício dois dias depois. Ela conseguiu alcançá-lo, mas ele morreu em seguida. Desde então, ela viveu no pequeno abrigo que estava vazio por causa do rigoroso inverno.

— É um caso altamente incomum — disse Olaf Jensen, comandante da polícia local, de acordo com o “Guardian”. — É muito incomum que alguém fique perdido por tanto tempo em parques da Nova Zelândia sem que o caso seja relatado.

Apesar de o casal ter desaparecido há quase um mês, a polícia só foi informada nesta semana pelo consulado da República Tcheca. Segundo a polícia, o par, que aparenta ter entre 20 e 30 anos, estava bem equipado para a expedição e tinha “alguma experiência” nas trilhas da Nova Zelândia. Mas no meio da forte nevadas, os dois se desorientaram e saíram da trilha, foi quando o homem caiu. As equipes de resgate iniciam buscas pelo corpo nesta quinta-feira.

Após a morte do marido, a mulher passou três dias ao relento, sob forte nevasca, antes de conseguir alcançar a cabana no Lago Mackenzie, a cerca de 2 quilômetros da trilha. Do lado de fora, ela desenhou um “H” na neve, para “Help” (ajuda em inglês), com esperança de que pudesse ser observado por equipes de resgate aéreo.

O casal não foi identificado. A cabana possuía um rádio, mas a mulher não conseguiu operá-lo. Durante o mês em que esteve isolada, ela mal conseguia andar por causa de seus próprios ferimentos, além de condições extremas do lado de fora, como um metro de neve e o risco de avalanches. Ela sobreviveu por esse período usando suprimentos de comida, lenha e gás que estavam na casa.

Normalmente, a trilha Routeburn, onde o casal se aventurou, é completada entre dois e quatro dias. Durante o inverno, ela fica oficialmente fechada, mas os aventureiros continuam utilizando o caminho, que é bem sinalizado e possui cabanas públicas abertas. Noel Saxon, gerente da empresa de passeios turísticos Ultimate Hikes Queenstown, afirmou que a sobrevivência da mulher foi um feito incrível.

— Eu fiquei muito surpreso por essa história. Ela deve ser uma pessoa de resistência por ter ficado por tanto tempo nessas condições — disse Saxon. — Eu acho estranho que ninguém tenha cruzado por ela durante esse tempo na cabana, mas não é fora de questão. Em determinadas condições poderia ser difícil ir a qualquer lugar e, provavelmente, foi o que aconteceu.