Cotidiano

Mudanças em meio a problemas

Duas famílias que ainda permaneciam no ginásio do Bairro São Cristóvão, em Cascavel, fizeram, na manhã de ontem, a mudança para as casas construídas em área cedida provisoriamente pela prefeitura no Bairro Santa Felicidade.

A de Ione Domingo é uma delas. Entre os trabalhos para colocar tudo em ordem no novo lar, ela comemora a conquista. “Agora estou em um lugar que é meu. Estou muito feliz por ter conseguido a casa. Recebemos ela com chão bruto, mas já colocamos cerâmica e futuramente pretendo ampliá-la”, planeja.

Na casa de Ione há energia elétrica e água. Há poucos metros, onde a filha dela deve morar, a situação é diferente. “Continuo com meu esposo e dois filhos no ginásio. Recebi o poste da prefeitura e paguei R$ 300 pelo padrão de energia, mas até agora não vieram instalar o poste”, relata Mônica Domingo.

A jovem terá como vizinha a irmã que também enfrenta problemas. “O relógio de água está com vazamento, já avisamos a Cohavel que até agora não ajudou”, acrescenta Mônica. Os problemas, segundo o secretário de Assuntos Comunitários, João Carlos da Costa, que visitou as moradias, foram resolvidos ainda na tarde de ontem.

16 famílias

Até o momento, 16 famílias já se mudaram para o Bairro Santa Felicidade. Outras três casas ficarão prontas no decorrer desta semana e fecham as 19 unidades programadas para a região. “Ficarão 11 famílias no ginásio aguardando a construção das casas no Bairro Turisparque, que estão em andamento e em breve poderão se mudar para o local”, explica o secretário.

Despesas

Na tarde de segunda-feira a reportagem do Hoje News esteve no ginásio do Bairro São Cristóvão e famílias afirmaram que as despesas para instalação de energia elétrica poderiam chegar até R$ 1.200 e dificultavam a mudança.

A prefeitura de Cascavel nega que haja essa cobrança e diz que os postes são doados pela Sesop (Secretaria de Serviços e Obras Públicas), dentro do mutirão de cooperação que inclui ainda as secretarias de Ação Comunitária, Assistência Social e Cohavel. “O único custo que as famílias têm é com o material do padrão da Copel (R$ 280,00 para caixa, disjuntor e fiação). A mão de obra para instalação é da Cohavel”, afirma a prefeitura em nota. Com relação à rede de água e esgoto, os trabalhos foram feitos pela Sanepar em parceria com o município. “As famílias pagam apenas uma pequena taxa cadastradas como baixa renda para a instalação do hidrômetro”, esclarece a prefeitura.

Necessidades

Claudemir Antonio de Aguiar mora com a esposa e dois filhos. Ele agradece a oportunidade de ter local para viver com a família, mas espera que um dia possa conseguir proporcionar a ela mais conforto.

“Aos poucos estamos arrumando a casa, mas espero que esse seja um lugar provisório. Não consigo emprego e enfrento dificuldades, mas posso trabalhar com o que for preciso”, revela.

Desde que ele fez a mudança ao Bairro Santa Felicidade, afirma que já foi vítima de assalto por duas vezes. “Levaram nosso botijão de gás e alimentos. Precisamos de doações de quem puder nos ajudar”, pede Aguiar.