RIO ? Um levantamento realizado nos últimos 20 anos por pesquisadores do Instituto Yale de Clima e Energia (EUA) assegura que as mudanças climáticas já atingiram um ponto ?sem retorno?.
ClimaSegundo a pesquisa, publicada na edição desta semana da revista ?Nature?, o impacto das mudanças climáticas foi subestimado porque os cientistas não levaram em conta a grande quantidade de carbono armazenada no solo, e que será liberada para a atmosfera até 2050.
A pesquisa, realizada em 49 locais na América do Norte, Europa e Ásia, encontrou 55 bilhões de toneladas de carbono jamais registradas por outros estudos.
O combate ao aumento da temperatura global tende a ser cada vez mais difícil, segundo o autor principal do estudo, Thomas Crowther, que considera que a futura gestão de Donald Trump à frente da Casa Branca será ?catastrófica para a Humanidade?.
A temperatura global já está 1 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais. Segundo climatologistas, o aquecimento global deve ser limitado a, no máximo, 2 graus Celsius.
? Nós passamos um ponto em que não retorno para o aquecimento global. Não vamos conseguir reverter seus efeitos, mas certamente podemos diminui-los ? ressalta Crowther. ? As mudanças climáticas estão ocorrendo consideravelmente mais rápido do que pensávamos até agora.
Segundo Crowther, o aumento da temperatura global afetará desproporcionalmente as populações mais pobres. Entre os principais efeitos sentidos estão a elevação do nível do mar, a mudança das correntes oceânicas e a degradação de diversos ecossistemas.
Professor da Universidade da Antuérpia, Ivan Janssens destaca que os estoques de carbono no solo são ?uma das maiores fontes de incerteza nos modelos climáticos?.
? Sou otimista e ainda acredito que não é tarde demais, mas precisamos urgentemente desenvolver uma economia global impulsionada por fontes de energia sustentável. Do contrário, o aquecimento do planeta pode chegar a 5 graus Celsius em 2050.