Cotidiano

MPF já estava com pedido de extradição de Eike preparado

64645478_EXT CI Rio de Janeiro RJ 30012017 - Chegada de Eike Batista no presidio Ary Franco em.jpgRIO – O Ministério Público Federal (MPF) do Rio já tinha preparado o pedido de extradição do empresário Eike Batista, que se entregou nesta segunda-feira ao retornar ao Brasil, vindo de Nova York. A solicitação começou a ser feita ainda na última sexta-feira, quando já havia a confirmação de que o empresário estava no exterior e, como tem cidadania alemã, havia a preocupação de que ele pudesse fugir para o país. A pedido das autoridades brasileiras, Eike foi monitorado pela polícia americana, que só terminou a mobilização quando a porta do avião se fechou e eles conferiram a lista de passageiros. Esse é um procedimento padrão, que já foi feito em 2015 no caso da prisão do advogado de Cerveró, Edson Oliveira, durante outra fase da Lava-Jato. Houve contatos das autoridades brasileiras também com a polícia alemã.

Eike Batista

Preocupados com uma eventual fuga do empresário, procuradores checaram planos de voo de jatos brasileiros que poderiam estar nos Estados Unidos e auxiliar Eike. Foi monitorado em especial um voo que partiu na mesma data de saída do empresário do Rio.

O MPF já tinha preparado também um pedido de prisão preventiva para ser convertido em ?provisional arrest warrant? nos Estados Unidos. Trata-se de uma solicitação que deveria tramitar pela via diplomática, como determina o Tratado de Extradição entre Brasil e Estados Unidos. Documentos estavam sendo traduzidos ao inglês, já que o mandado de prisão com difusão vermelha da Interpol não era suficiente para prisão nos Estados Unidos.

O empresário chegou ao presídio Ary Franco, no Rio, nesta segunda-feira, por volta de 11h15m. Preso por policiais federais ainda no Aeroporto Internacional Tom Jobim, logo após chegar em um voo de Nova York, por volta de 10h, Eike passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), antes de ser encaminhado à penitenciária em Água Santa, na Zona Norte da cidade, onde ficará encarcerado.

No aeroporto JFK, o empresário afirmou ao GLOBO que volta ao Brasil para responder à Justiça e negou que já tenha negociado uma delação premiada. Na mesma entrevista, ele disse que “tem que mostrar o que é” e que precisa passar “as coisas a limpo”.