Cotidiano

MPF instaura investigação criminal por divulgação de vídeo de jovem que sofreu estupro coletivo

RIO – O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro instaurou, nesta segunda-feira, procedimento investigatório criminal (PIC) para apurar a divulgação de fotos e vídeos de uma adolescente de 16 anos que teria sido vítima de estupro coletivo na Praça Seca, Jacarepaguá, zona oeste do Rio. O caso ganhou repercussão nas redes sociais após a divulgação no Twitter das imagens dos órgãos genitais da adolescente desacordada, no último dia 25 de maio. A investigação está sendo conduzida pelos procuradores da República Daniel Prazeres e Paulo Gomes Ferreira Filho do Grupo de Combate aos Crimes de Divulgação de Pornografia Infanto-juvenil e Racismo na Internet da Procuradoria da República no Rio de Janeiro. 

Considerando que a rede social Twitter tem alcance mundial e que o Brasil é signatário da Convenção sobre os Direitos da Criança, que protege todo ser humano com menos de dezoito anos de idade, o MPF instaurou ainvestigação para apurar possível prática de crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, que criminaliza a divulgação, publicação, troca e transmissão de vídeos, fotografias ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. Esse crime é de competência federal, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

O MPF decretou o sigilo das informações e do procedimento para proteger a imagem da vítima.

A titular da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), Cristiana Bento, afirmou, em entrevista nesta segunda-feira, que está convicta de que houve o estupro da adolescente no Morro do Barão, na Praça Seca, Na Zona Oeste do Rio, na semana passada. Segundo a delegada, pelo tempo que demorou para fazer o exame de corpo de delito, o laudo pericial não conseguiu provar indícios de violência, apesar disso, ela afirmou que o vídeo divulgado na internet já é o suficiente para provar que houve a violência sexual.