Policial

MPF: assessor da Casa Civil recebeu via “empresa sem empregados”

Curitiba – Investigado pela PF e pelo MPF (Ministério Público Federal) no âmbito da Operação Integração, Carlos Felisberto Nasser, com 78 anos de idade, é funcionário comissionado da Casa Civil da gestão Beto Richa (PSDB) ao menos desde fevereiro de 2013. Ele é suspeito de ter usado uma empresa de fachada para receber dinheiro de empresas ligadas ao pedágio cobrado em rodovias no Paraná.

Pela idade avançada, Nasser não foi preso durante a operação, deflagrada ontem como um desdobramento da Lava Jato, mas sua mesa no Palácio Iguaçu foi revistada pela PF, para cumprimento de um mandado de busca e apreensão. O MPF havia pedido “a prisão preventiva ou subsidiariamente a prisão temporária” de Nasser, mas o juiz federal Sergio Moro indeferiu o pleito.

Na Casa Civil, a remuneração bruta de Nasser é de R$ 9.643,81. Em nota distribuída à imprensa, a Secretaria de Estado da Comunicação Social disse que Nasser exercia “a função de assessor político junto à Casa Civil, cargo de terceiro escalão, sem qualquer vínculo com o gabinete do governador do Paraná, Beto Richa”. A nota também informa que o tucano determinou que Nasser seja afastado imediatamente do cargo, “até a apuração completa dos fatos”.

O chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, não se pronunciou sobre o caso.

Investigações

O MPF aponta que Nasser recebeu, por meio da empresa Power Marketing, pagamentos das empresas Rio Tibagi e Triunfo Participações, ligadas à concessionária Econorte.

Nasser é irmão de Ercília Maria Nasser Viecili, sócia majoritária e administradora da empresa Power Marketing Assessoria e Planejamento Ltda. desde julho de 2011. Mas o próprio Nasser era o titular e administrador da empresa até tal data.

Em consulta à Rais (Relação Anual de Informações Sociais), o MPF constatou que a Power Marketing não teve empregados entre 2005 e 2016.

Entre 2007 e 2015, a Power Marketing recebeu R$ 2.267.565,51 da Rio Tibagi. Também recebeu R$ 615.000 da Triunfo Participações em transferência bancária datada de junho de 2008. A Rio Tibagi e a Triunfo Participações, anota o MPF, são as únicas fontes de pagamentos para a Power Marketing a partir de 2008.

Empresa de Toledo também é alvo

O cumprimento de mandado de busca e apreensão em Toledo pela Polícia Federal na 48ª fase da Operação Lava Jato foi realizada na empresa Sinatraf, prestadora de serviços da Econorte. A estrutura em Toledo, alvo do mandado, fica próximo à BR-163, na saída para Marechal Cândido Rondon.

Ao contrário das primeiras informações repassadas de que haveria presos na cidade vizinha, a informação foi corrigida pela própria Polícia Federal. Na empresa, cuja matriz é em Londrina, a informação é que a princípio não havia informações detalhadas ontem e que a manifestação só será feita por meio dos advogados assim que mais detalhes forem colhidos sobre o caso.

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