Cotidiano

MP de São Paulo abre ação civil contra Haddad por ?pegadinha?

SÃO PAULO – O Ministério Público de São Paulo entrou com uma ação civil contra o prefeito paulistano, Fernando Haddad (PT), por ter divulgado uma “falsa agenda” de trabalho. O petista admitiu ter alterado sua agenda para fazer uma “pegadinha” no comentarista de rádio e historiador Marco Antonio Villa.

A agenda do prefeito de 16 de maio, divulgada na tarde do dia anterior aos veículos de imprensa, contava apenas a informação: “A partir de 8h30 – Despachos internos”. No mesmo dia, às 13h13 o prefeito revelou, em sua página no Facebook, que havia usado a agenda oficial do município para dar um trote no Villa.

“Acho graça. Mas, hoje, para que os ouvintes tenham uma pálida ideia deste embuste, resolvemos substituir, por algumas horas, a minha agenda pela de outro político, apenas para vê-lo comentar, uma vez na vida, o dia a dia de quem ele lambe as botas”, disse o prefeito no Facebook no dia.

O historiador é um crítico ao gestão da Haddad. Frequentemente, em seu programa matinal na “Jovem Pan”, ele usa os compromissos do prefeito petista para criticá-lo. Segundo o promotor Nelson Luís Sampaio de Andrade, Haddad, “de forma livre, consciente e deliberada”, alterou os dados de sua agenda pública oficial com objetivo “de aplicar o que ele próprio denominou de trote num pseudointelectual”. Com isso, afirma o promotor, ele não teria agido “com o decoro e a dignidade que o cargo que ocupa requer”.

O promotor pede condenação de Haddad com o pagamento de R$ 72,4 mil, equivalente a três vezes a remuneração mensal do prefeito – mês de referência junho de 2016.

“Os prejuízos de natureza moral, decorrentes do ato de improbidade administrativa praticado pelo demandado, são experimentados pela própria Administração Pública e, de maneira difusa, por toda a coletividade. Os fatos demonstram que a conduta do demandado correspondeu a grave ofensa à moralidade da Administração Pública e à dignidade dos munícipes de São Paulo, acarretando um dano difuso, abstrato, de características não patrimoniais.”

A Prefeitura de São Paulo não se manifestou.