Cotidiano

Movimentos sociais acusam senadores de se curvarem ?à fraude e à mentira?

SÃO PAULO – O afastamento definitivo de Dilma Rousseff do cargo de presidente da República gerou uma onda de revolta e comoção entre os movimentos populares que sustentaram apoio público a ela nos últimos meses. Em carta aberta, a Frente Brasil Popular, que reúne a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Sem Terras (MST) e União Nacional do Estudantes (UNE), acusou os senadores de se curvarem “à fraude e à mentira”, aprovando o . Em São Paulo, há dois atos marcados contra a decisão do Senado nesta quarta-feira.

O documento, divulgado minutos depois de Dilma perder o mantado por 61 votos contra e 20 a favor, afirma que ocorreu um “golpe parlamentar contra a Constituição, a soberania popular e a classe trabalhadora”. A nota afirma ainda que a “condenaram uma mulher inocente e sacramentaram o mais grave retrocesso político desde o golpe militar de 1964”.

“As forças reacionárias, ao interromper vosso legítimo mandato, impuseram um governo usurpador, que não esconde seu perfil misógino e racista”.

Após a votação, movimentos populares convocaram a militância para manter a mobilização contra o presidente Michel Temer. Em nota, o MST afirmou que não pode “ensarilhar armas, que não pode sair das ruas nem abandonar, a partir do chão de fábrica, a luta pela defesa da sociedade e do país”: “O que está em jogo agora é o Brasil das próximas décadas, o Brasil dos nossos filhos e netos”.

Os coletivos Luta Popular e Democracia Corintiana convocaram atos simultâneos no início da noite desta quarta-feira em São Paulo. O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, que organizou as maiores manifestações contra Temer, confirmaram a presença. Nos dois últimos atos em São Paulo, houve confronto entre policiais e manifestantes.

A CUT marcou uma paralisação geral no dia 22 de setembro. o Dia Nacional de Paralisação seria um termômetro para a convocação de uma greve geral contra medidas econômicas propostas pelo governo Temer.