Cotidiano

Movimentos lutam contra fim de debate sobre diversidade em Niterói

NITERÓI — Representantes do Sindicato estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) de Niterói, do movimento feminista e do Grupo Diversidade Niterói (GDN) preparam um ato, para a próxima terça-feira, na porta da Câmara dos Vereadores, em protesto contra o cancelamento de novas audiências públicas para debater o Plano Municipal de Educação (PME). A manifestação ocorrerá no dia em que havia sido marcada a segunda audiência.

A Comissão de Educação da Câmara decidiu, na última terça-feira, cancelar o segundo encontro. A justificativa apresentada foi o clima de hostilidade entre membros de igrejas evangélicas e militantes LGBT durante a primeira audiência, realizada no último dia 7. A polêmica em torno do PME se refere ao item que define metas sobre o ensino de diversidade nas escolas de Niterói.

A decisão teve apoio dos vereadores Paulo Henrique (PPS), Bruno Lessa (PSDB), Carlos Macedo (PRP) e Bira Marques (PT), com voto contrário de Leonardo Giordano (PCdoB).

Após a mudança, a Comissão de Educação decidiu substituir a segunda audiência pública por reuniões fechadas com representantes de instituições, movimentos sociais, acadêmicos e outras partes interessadas na discussão do plano. A decisão dividiu os parlamentares.

— Faltou organização da mesa que presidiu (a audiência no dia 7). Somos contra a reunião fechada. A Câmara representa cada vez menos o povo — critica Felipe Carvalho, presidente do GDN.

Histórico militante da causa LGBT, Giordano condenou a posição dos colegas de comissão:

— Eles alegam que estamos votando ideologia. Não estamos. Estamos votando artigos de proteção a mulheres, LGBTs. Na vez em que a Câmara é bastante procurada, com audiência até a 1h e com mais de 70 falas, eles resolvem cancelar novas audiências. A organização foi ruim? Então mude a organização, mas não cancele. Isso é da democracia.

Um dos membros da comissão favoráveis à mudança, Bira Marques disse que as reuniões fechadas também vão ouvir a população.

— A metodologia adotada na primeira audiência se mostrou equivocada. Estamos aplicando uma nova. Nossa proposta é ouvir os movimentos sociais organizados — afirmou em plenário.