Cotidiano

Movimento dos Não-Alinhados apoia Maduro e critica ingerência dos EUA

APTOPIX Venezuela Non Aligned SummitCARACAS ? O Movimento dos Países Não-Alinhados (NOAL) fechou neste domingo sua XVII Cúpula em Isla Margarita, com um apoio ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pressionado pela pior crise já registrada em seu país em sua história recente.

A reunião, que contou com a presença de um pequeno grupo de presidentes dos 120 países do movimento, aprovou um documento final de 190 páginas, nas quais serão ressaltados o apelo à não ingerência, o impulso à paz e à cooperação, e preocupações pela situação na Venezuela e em outros países em conflito.

O texto invoca a ?luta pela paz e contra o terrorismo; a solidariedade aos refugiados no norte da África, e o direito à paz do povo venezuelano?, disse Maduro em coletiva de imprensa.

O presidente, que no sábado na abertura do encontro denunciou uma ofensiva dos Estados Unidos na América Latina e, em particular, também destacou o apoio recebido na condenação ao governo de Barack Obama pelo decreto que considera a Venezuela uma ameaça à segurança dos EUA.

Embora seu mandato termine em janeiro de 2019, seus opositores buscam retirá-lo do poder através de um referendo revogatório, que exigem que seja realizado neste ano para que sejam convocadas eleições. No entanto, o governo afirma que isso é impossível porque o processo foi iniciado tardiamente.

Ao apoiar o governo venezuelano, o embaixador sírio nas Nações Unidas, Bashar Jaafari, denunciou o ?terrorismo econômico? contra seu país, referindo-se às sanções impostas pelos Estados Unidos e pelos governos europeus.

? Meu país sofre um bloqueio unilateral similar ao que foi imposto sobre Cuba, Venezuela e outros países em uma violação flagrante da carta da ONU ? afirmou Jaafari neste domingo.

A Venezuela recebeu o esperado apoio dos presidentes Rafael Correa (Ecuador), Evo Morales (Bolívia), Hassan Rouhani (Irã), Salvador Sánchez (El Salvador) e Raúl Castro (Cuba), que na véspera alertou para os ?planos subversivos? dos Estados Unidos na ilha.

O apoio contrasta com a recente decisão do Mercosul de impedir o país de exercer a presidência do bloco.

Criado no apogeu da Guerra Fria como uma alternativa à bipolaridade de Estados Unidos e União Soviética, o NOAL debate neste domingo a necessidade de se renovar na era pós-conflito.

Alguns dignitários e chefes de delegação advertiram sobre o surgimento de novos colonialismos e ingerências.

Sob o tema da paz, as delegações falaram sobre conflitos em vários dos países do movimento, sobre as ações dos grupos extremistas e vários acusaram os Estados Unidos de ingerência em assuntos internos.