Cotidiano

Mototáxi: Transporte alternativo fatura com a greve dos ônibus

Segundo dia de paralisação foi marcado por muita confusão

Cascavel – No segundo dia da greve do transporte coletivo de Cascavel, quem aproveitou para faturar um dinheiro a mais foram os mototaxistas e os proprietários de vans e ônibus escolares. Até às 9h da manhã de terça-feira (12) um motorista já tinha levado mais de 80 pessoas do terminal oeste ao leste.

Edson de Almeida disponibilizou dois veículos para transportar os passageiros, ao custo médio de R$ 5.

“Depende da distância que a pessoa percorre. Não é justo eu cobrar o mesmo valor para quem fica no centro àqueles que vão para o terminal”.

Já do outro lado do terminal, os mototaxistas aguardavam os clientes. No primeiro dia, conforme Dulyan Stocberl, o movimento foi intenso.

“Até o meio-dia, por exemplo, fiz mais corridas do que um dia todo de trabalho”.

Para Rosenildo Fernandes de Lara, a paralisação do transporte penaliza a população, mas beneficia quem precisa ganhar um dinheiro a mais.

“Geralmente faço umas 15 corridas por dia e no primeiro dia da greve fiz cerca de 40”.

Questionados a respeito dos valores praticados para o deslocamento, já que muitas pessoas estavam reclamando de pagar até R$ 30 por uma corrida, Dulyan disse que é questão de honestidade.

“Sempre tem os exploradores, que querem aproveitar pra ganhar um dinheiro nas costas do sofrimento do povo. Eu não faço isso, mantive meu preço para fidelizar o cliente”.

Conforme os mototaxistas, para levar um passageiro do terminal oeste até o centro é preciso desembolsar R$ 8 e, caso a pessoa queira ir para a região norte, por exemplo, a média é de R$ 20.

“Temos que calcular os custos e não podemos aplicar o mesmo valor para diferentes distâncias”, disse Rosenildo.

Confusão no segundo

O segundo dia da greve foi marcado por muita confusão. A Polícia Militar precisou intervir em vários horários nos terminais de transbordo e também na garagem das empresas. O motivo é que motoristas paralisados tentaram impedir a saída dos veículos dos dois locais. Sem ônibus, muitos tiveram que ir a pé aos compromissos.

“Sabia que não ia ter ônibus e não conseguiria reagendar uma consulta. Andei cerca de 10 quilômetros a pé”, conta a diarista Marlene Lassarassi, moradora do Bairro Pacaembu.

(Com informações de Tissiane Merlak)