Cotidiano

Morre o compositor e percussionista maranhense Papete

O percussionista, compositor e cantor maranhense José de Ribamar Viana, o Papete, morreu na madrugada desta quinta-feira, aos 68 anos, em São Paulo. O músico estava internado no Hospital Alemão Oswaldo Cruz devido a um câncer de próstata, descoberto este ano.

Papete nasceu na cidade de Bacabal, em 1947. Aos 13 anos, iniciou sua carreira cantando no rádio em São Luís, onde ficou até os 20 anos. Começou a compor nesse período ? sua primeira música foi ?O bonde?, nunca gravada. Em 1969, sua ?Eu morro se perder você? foi registrada por Wanderley Cardoso. Na época, já começara a carreira de percussionista ? como ficaria mais conhecido ? e violonista.

Depois de trabalhos com artistas como Toquinho, gravou em 1974, pelo selo Marcus Pereira, o disco ?Berimbau e percussão? ? antes, havia participado do álbum ?Música popular do Centro-Oeste?. Sua técnica de berimbau obteve reconhecimento internacional.

Em 1977, foi apontado como o melhor percussionista do mundo pela crítica italiana, por seu trabalho com a cantora italiana Ornella Vanone. A Associação Paulista de Críticos de Arte também o premiou como o melhor percussionista brasileiro por três anos consecutivos, entre 1983 e 1985. Em 1987 participou do Festival de Montreux, na Suíça. Ao longo da carreira, tocou com artistas como Chico Buarque, Ney Matogrosso, Rosinha de Valença, Hermeto Pascoal e Rita Lee.

A partir da década de 1990, reforçou ainda mais sua ligação com sua terra natal, pesquisando, gravando e fazendo shows com a produção de artistas do Maranhão. A importância de Papete para a cultura maranhense foi destacada pela notas do governo do estado e da prefeitura de São Luís ? a cidade decretou luto de três dias (?O cantor foi um dos maiores representantes da música popular maranhense e uma das atrações mais populares da programação dos festejos juninos de São Luís?). Em 2013 lançou seu último disco, ?Sr. José, de Ribamar e outras praias…?.

O corpo de Papete chega a São Luís na madrugada de sexta-feira, e o velório começa às 6h, na Casa do Maranhão. No fim da tarde, ele será cremado.