Cotidiano

Morre, aos 91 anos, o deputado Gerson Bergher

RIO – Em 1960, o então primeiro-ministro de Israel David Bem Gurion, disse para que Gerson Bergher que ele tinha a política nas veias e deveria lutar sempre para que haja justiça e liberdade para todos os povos. Desde então, a política passou a nortear a vida do carioca, médico especializado em psiquiatria pela Faculdade Nacional de Medicina. Três meses depois, Bergher se filiou ao PSB e foi eleito deputado constituinte da Assembleia Legislativa do recém-criado Estado da Guanabara. Foi o relator da comissão que elaborou a Lei Magna do Estado. Reeleito para o segundo mandato, acabou cassado pela ditadura militar, por se opor ao regime. Em 2012, recebeu seu diploma de volta, pela Comissão da Verdade.

Durante o regime militar, voltou a dedicar-se à medicina. Trabalhou como médico voluntário nas comunidades da Maré e da Vila Cruzeiro. Nos anos 1980, participou do programa de TV da apresentadora Edna Savaget, em que dava dicas de saúde e orientações médicas.

Em 1993, retomou o trabalho político, elegendo-se vereador do município do Rio de Janeiro; foi reeleito por três mandatos consecutivos, inicialmente pelo PSDB e depois pelo PFL. Presidiu a Câmara Municipal do Rio, entre 1999 e 2000 e foi prefeito em exercício nas viagens de Luiz Paulo conde. Em 54 anos de vida pública, foi autor de mais de uma centena de leis e projetos, como a criação do Conselho de Ética da Câmara; a vacinação de idosos contra a gripe; o hospital da Mulher; a proibição da venda de cigarros a menores; o desconto para idosos nos ingressos de cinema do município; a ressocialização de ex-presidiários, estipulando percentual de aproveitamento deles nas obras e no serviço de limpeza de logradouros públicos.

Em 2006, foi eleito deputado estadual, pelo PSDB. Quatro anos depois foi o segundo deputado mais votado do seu partido, reeleito com mais de 35 mil votos. Em 2014, foi o primeiro suplente do partido e assumiu o terceiro mandato.

Gerson Bergher morreu na manhã desta segunda-feira, aos 91 anos, de insuficiência cardíaca, no hospital Samaritano, em Botafogo, onde estava internado havia três meses. Era casado há 32 anos com a vereadora Teresa Bergher. Tinha dois filhos, o advogado criminalista Ary Bergher e o engenheiro Ariel Bergher. O velório será a partir das 13 horas no cemitério israelita do Caju.