Cotidiano

Morre Andrea Tonacci, um dos principais nomes do cinema marginal brasileiro

RIO ? O cineasta Andrea Tonacci, um dos principais nomes do cinema marginal brasileiro, morreu nesta sexta-feira, vítima de câncer no pâncreas. Tonacci nasceu em Roma, na Itália, em 1944, e se mudou com a família para São Paulo aos 10 anos. Fez sua estreia no cinema com ?Olho por olho? (1966), curta-metragem realizado na mesma época, e com a mesma equipe, de ?Documentário?, de Rogério Sganzerla, e ?O pedestre?, de Otoniel Santos Pereira.

Seu primeiro longa-metragem, “Bang-bang” (1971), com Paulo Cesar Pereio, se tornou um marco do cinema marginal brasileiro. Em meio à ditadura militar, teve exibição restrita a cineclubes no Brasil, mas acabou escolhido para a prestigiada Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes.

No final da década de 1970, já se aproximando da linguagem documental, começa a tratar temas sobre a cultura indígena, dirigindo filmes como ?Guaranis do Espírito Santo? (1979), ?Os Araras? (1980) e ?Conversas no Maranhão? (1977-83).

O drama indígena ressurge em ?Serras da desordem? (2006), que acompanha o massacre da tribo Awá-Guajá nos anos 70 na Amazônia, a partir do ponto de vista de um sobrevivente. O misto de documentário com ficção ganhou os prêmios de melhor filme, diretor e fotografia no Festival de Gramado. Em novembro de 2015, entrou na lista dos 100 melhores filmes brasileiros feitas pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine).

O último filme de Tonacci foi ?Ja visto jamais visto?, no qual o cineasta revisita suas memórias com registros inéditos de imagens de família, viagens, projetos inacabados, etc.