Cotidiano

Moro aceita pedido para que Pezão seja testemunha de Cabral

SÃO PAULO – O juiz Sérgio Moro aceitou pedido do ex-governador Sérgio Cabral para ter como testemunha de defesa o atual governador Luiz Fernando Pezão. Cabral será julgado por Moro no âmbito da operação Calicute. O ex-governador, sua mulher Adriana Ancelmo, e outras 11 pessoas são acusados de desviar R$ 224 milhões de obras públicas. Eles respondem a processo por lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa.

No último dia 9, a Polícia Federal divulgou um relatório que aponta indícios de que Pezão recebeu propina do esquema de corrupção de Cabral. O nome de Pezão consta em anotações manuscritas encontradas durante busca e apreensão na casa de Luiz Carlos Bezerra, apontado como um dos operadores de Cabral. No relatório, encaminhado à 7ª Vara Federal Criminal do Rio, a PF sugere o envio das informações ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), já que Pezão tem foro privilegiado. Ele nega as acusações.

Cabral e Adriana Ancelmo pediram a Moro a dispensa das audiências na Justiça Federal de Curitiba. Já o ex-secretário de governo de Cabral, Wilson Carlos, acusado de ser um dos operadores do esquema, pediu para participar das oitivas. Um dos homens fortes do ex-governador, Wilson Carlos está preso na carceragem da Polícia Federal de Curitiba. Nos bastidores, sua estratégia de participar das oitivas com Moro causou surpresa em aliados políticos que acreditam que o gesto possa significar uma guinada de sua estratégia de defesa em direção a um acordo de delação.

De acordo com a denúncia, Cabral e Adriana, com auxílio de Carlos Emanuel Miranda de Carvalho, apontado como operador do ex-governador, ocultaram e dissimularam a origem, natureza, localização, movimentação e disposição sobre valores de pelo menos R$ 6, 5 milhões com a aquisição de joias nas joalherias Antonio Bernardo e H.Stern.

Ainda segundo o documento do MPF, o operador Luiz Carlos Bezerra, Cabral e Adriana também ocultaram pouco mais de R$ 1,5 milhão em ao menos 45 repasses de dinheiro recebido a título de propina a Bezerra, Cabral e diversos familiares dele, incluindo Adriana.

No último dia 9, a Polícia Federal divulgou um relatório em relatório indícios de que o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), recebeu propina do esquema que, segundo o Ministério Público Federal (MPF), era comandado pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). O nome do governador consta em anotações manuscritas encontradas durante busca e apreensão na casa de Luiz Carlos Bezerra, apontado como um dos operadores de Cabral. No relatório, encaminhado nesta quinta-feira à 7ª Vara Federal Criminal do Rio, a PF sugere o envio das informações ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), já que Pezão tem foro privilegiado.