Cotidiano

Morgan Stanley e Citi terão que transferir 1.100 empregos de Londres

62065475_EC São Paulo SP 10-10-2016 - Itaú Unibanco fecha compra de ativos de varejo do Citi no Br.jpgLONDON/FRANKFURT – Os bancos norte-americanos Morgan Stanley e Citigroup terão que transferir funcionários da Grã-Bretanha após a saída do Reino Unido da União Européia, de acordo com a Reuters. A Morgan Stanley, que tem a maior parte da equipe europeia na Grã-Bretanha, terá transferir até mil vagas de emprego em vendas e em gestão de risco e compliance e também diminuir o back office. Já a Citigroup, que possui uma grande unidade em Dublin, precisará transferir cem cargos em vendas e tendências de mercado.

Empresas financeiras alertaram a meses atrás, antes da saída do Reino Unido da União Europeia, que seria preciso transferir alguns cargos se realmente houvesse um voto para Brexit. Além disso, mais detalhes estão surgindo após a primeira-ministra Theresa May confirmar que a Grã Bretanha sairia do mercado único europeu, acabando com a esperança dos bancos de manterem direitos de negociar em toda a União Europeia. O HSBC e a UBS disseram, na última quarta-feira, que cada um poderia transferir cerca de mil empregos para fora de Londres.

O porta-voz da Morgan Stanley disse que nenhuma decisão foi tomada com ressentimento pelos planos de Brexit:

– O nosso foco é assegurar que podemos continuar servindo nossos clientes qualquer que seja o resultado de Brexit. Até lá, vamos continuar avaliando quais mudanças nós talvez tenhamos que realizar em nossos negócios – disse. Morgan Stanley e Citi terão que transferir empregos por causa de Brexit

Morgan Stanley, atualmente, tem a maior parte de sua base europeia na Grã-Bretanha, empregando cerca de 6 mil pessoas. A empresa saiu de Londres para atender clientes em outros países da União Europeia. Para continuar com certos negócios, como negociações de títulos europeus, será necessário transferir essas operações para uma entidade licenciada do bloco. Segundo a Reuters, como o banco já possui negociações de títulos em Frankfurt, seria melhor mover a maioria desses cargos para lá, apesar de algumas desvantagens da cidade. As regulações norte-americanas deveriam desencorajar os bancos a se mudarem para países com baixa classificação de crédito, como a Irlanda e a Espanha.

James Gorman, presidente e chefe executivo da Morgan Stanley, disse essa semana que Brexit estava “movimentando um tabuleiro de xadrez”:

– Nós gostamos do Reino Unido, gostamos das leis de lá. Nossa aspiração é manter nossos negócios ali o máximo possível. Mas, na medida em que temos de cumprir, obviamente, as regras de Brexit, vamos colocar uma sede em algum lugar da Europa continental, e isso terá algumas implicações no futuro – disse.

Funcionários de bancos de investimento, como banqueiros de fusões e aquisições, deverão permanecer em Londres. A Citigroup, que possui quase 60% da base fora da Grã Bretanha, tem uma relativa vantagem sobre a maioria de outros bancos dos Estados Unidos, dado seu posto bancário da Irlanda regulado pelo Banco Central europeu. No entanto, o banco precisa aumentar as vendas e operações comerciais dentro do bloco e solicitar as licenças relevantes para poder continuar a operar com o resto da Europa se os direitos de transferência forem perdidos em um mundo pós-Brexit.

Ainda de acordo com a Reuters, o banco pode ter que mover cem ou mais pessoas na equipe de vendas por causa disso, embora ainda não tenha havido uma decisão sobre qualquer local. Cada unidade de negócios está discutindo para onde transferir os empregos, já que não vão todos para um único local.