Cotidiano

Moradores fazem abaixo-assinado contra instalação de crematório

Eles pedem para que unidade ele seja construída fora de área residencial

Cascavel – Moradores do Bairro Maria Luiza estão mobilizados para impedir a instalação de um crematório, que seria construído na esquina das ruas Gaspar Dutra com Sérgio Djalma de Holanda. Eles pedem para que, ao invés de construir a unidade em um bairro residencial, ele seja feito fora da cidade.

“Em nenhum momento os moradores são contra o crematório. O que queremos é que ele seja instalado fora da cidade. Existe um espaço grande próximo ao Cemitério Jardins, que não atrapalharia em nada a população”, disse o morador Josemar Tondo.

Segundo ele, no local onde estava sendo construído o crematório, existe um estabelecimento comercial que faz a tanatopraxia, que é a técnica de preparação de corpos para o velório.

“Só esse procedimento já causa um problema enorme para a população, principalmente pelo mau cheiro no local”.

Conforme outro morador do bairro, Nereu Bernardi, quando é feita a limpeza da empresa e um caminhão vai fazer a coleta do material retirado dos corpos, acaba vazando dejetos na rua.

“É um cheiro insuportável, eles até jogam água, mas não adianta nada. Toda vizinhança reclama”.

Outro problema apontado por eles é que a construção é totalmente irregular.

“Não tem nenhum tipo de licença, não tem alvará para isso. E pelo que sabemos no terreno é autorizado construir em apenas 60% da área e está em 100%”, disse Josemar.

Além disso, eles alegam que não houve nenhuma consulta pública, ou mesmo audiência com os moradores do bairro.

“O Concidade simplesmente aprovou, ninguém foi ouvido. Já fizemos uma queixa no Ministério Público, que está acompanhando o caso. O problema é que o poder público local é conivente com as irregularidades”, disse Nereu.

Projeto na Câmara

Existe a previsão de que, nos próximos dias, entre em pauta na Câmara de Vereadores, um anteprojeto de lei autorizando empresas terceirizadas a fazer o processo de cremação de corpos.

“Pela lei em vigor, somente a Acesc pode fazer esse trabalho e, como o Executivo tem a maioria na Câmara, provavelmente vão aprovar o projeto”, comentou Josemar.

A reportagem de O Paraná entrou em contato com os responsáveis pela Tanato, empresa citada pelos moradores. De acordo com o gerente, Reginaldo Aparecido da Silva, a informação não procede.

“O que está acontecendo é que a moradora do lado da nossa empresa, cujo terreno é em forma de condomínio, assinou um documento autorizando a construção. Depois de um tempo ela descobriu que se tratava de um crematório e ela desautorizou, o que acabou gerando o embargo da obra, que está parada”.

Conforme Reginaldo, a cada três ou quatro meses é feita uma limpeza de assepsia em toda estrutura. Um caminhão, de acordo com a lei, com autorização, faz a coleta desse material.

“Não há cheiro ruim, não tem como derramar qualquer tipo de detritos na rua”.

Porém, moradores das redondezas têm um posicionamento contrário ao dos funcionários da empresa.

“É um cheiro muito forte, não tem como ficar na rua. As moscas e bichos na minha casa aumentaram consideravelmente, é algo insuportável”.

(Com informações de Tissiane Merlak)