Cotidiano

Monte dei Paschi venderá ações e ampliará troca de dívida

MILÃO – O banco italiano Monte dei Paschi di Siena, o mais antigo do mundo, tentará vender ações no fim do ano e ampliar uma troca de dívida por ações como última alternativa para arrecadar ? 5 milhões de maneira priva para evitar um resgate estatal.

A oferta de troca será incrementada em ? 4,5 milhões e incluirá seu título híbrido FRESH 2008, informou o banco na quarta-feira. Os detentores de título já aceitaram o intercâmbio de ? 1,2 bilhão por ações. A oferta aos investidores minoritários, inclusive a de venda de ações reservadas a eles, depende da aprovação de órgãos reguladores.

? É uma tentativa desafiadora, com alto risco de execução ? afirmou Jacopo Ceccatelli, chefe da Marzotto SIM, corretora e operadora com sede em Milão. ? Só pode obter êxito se algum cavaleiro branco estiver disposto a investir no banco. Duvido que possam conseguir um depois de ter tentado em vão durante meses conseguir compromissos de investidores do mundo todo.

O banco aspira a angariar capital suficiente da segunda conversão de títulos para conseguir um compromisso de cerca de 1 bilhão DE EUROS do fundo soberano do Qatar, enquanto os bancos que estão prestando assessoria no acordo colocariam ações com investidores do mercado, segundo fontes próximas ao tema.

Se a oferta de ações for bem sucedida, ? 28 bilhões em créditos podres serão convertidos em títulos e vendidos a investidores, eliminando-os do balanço do Monte dei Paschi. O capital que está tentando reunir seria usado para cobrir as perdas que registraria pela venda dos empréstimos incobráveis. Se for em vão, as conversões de dívida a capital se anulariam.

As ações do Monte dei Paschi chegaram a subir 8,1% na Bolsa de Milão, o que ajuda a reduzir a queda deste ano a 82%.

Se a arrecadação de capital privado falhar, o banco teria que solicitar ajuda do governo. Em virtude das regulações bancárias europeias, as perdas devem se aplicar aos detentores de títulos caso seja usado dinheiro dos contribuintes. O Estado está analisando uma chamada recapitalização cautelar que potencialmente limitaria as perdas dos donos de títulos, segundo fontes com conhecimento do assunto.

As condições e a quantidade de ações que serão vendidas aos investidores dependerão dos resultados da troca, informou o banco. Na venda de ações, 35% serão destinados a acionistas minoritários e 65% a institucionais. Os atuais investidores terão preferência para comprar 30% da oferta voltada aos minoritários.