Cotidiano

Mitos e verdades sobre a perda de memória: quando me preocupar?

Esquecimentos diários sobre pequenas coisas do dia a dia

Mitos e verdades sobre  a perda de memória: quando me preocupar?

Esquecimentos diários sobre pequenas coisas do dia a dia. A reclamação é constante, sobretudo entre idosos: onde deixei a chave do carro? O que eu ia comprar? Onde anotei aquele recado importante? A boa notícia é que muito do que se pensa sobre a memória é, na verdade, um mito, e sim: ela pode ser melhorada com os estímulos certos.

Quando os assuntos têm relação com o passado e com fatos importantes, a lembrança das pessoas com mais de 60 parecem completamente preservadas, muitas vezes repletas de detalhes sobre fatos que aconteceram durante a infância, o início do casamento; momentos marcantes do seu time de futebol; a primeira professora da escola ou mesmo o nascimento de um filho.

Segundo Thais Bento Lima Silva, professora doutora em Gerontologia da USP, ao longo dos últimos anos diversas pesquisas científicas explicaram que essas lembranças podem estar relacionadas diretamente ao componente emocional que envolve aquele acontecimento. “Possivelmente, a pessoa se lembrará com mais facilidade dos fatos com forte apelo emocional. Sem a memória afetiva, não teríamos uma história de vida, não nos apropriaríamos das experiências pessoais que pudessem moldar o nosso comportamento e dar a característica a quem somos, enquanto pessoas, neste mundo tão diversificado”, explicou a pesquisadora Thais Bento.

Há séculos convivemos com mitos e crenças relacionados à memória e à velhice. De forma geral, qualquer esquecimento de uma pessoa com mais idade já é visto como uma doença. Com frequência, são feitas alusões aos esquecimentos dos idosos e às suas confusões mentais como sinais de algo mais sério. Entretanto, segundo a gerontóloga, em muitos casos os esquecimentos dos idosos são semelhantes aos apresentados pelos mais jovens, porém, por se tratar de indivíduos idosos, há uma interpretação quase sempre estigmatizada.

Durante o processo de envelhecimento normal, o cérebro passa por mudanças, por exemplo, é comum se esquecer de palavras que estão na ponta da língua, mas que não veem à mente de imediato; demorar para fazer contas de cabeça e até a gravação de nomes de pessoas que acabou de conhecer também se torna mais desafiador”, esclareceu.

 

Quando se preocupar

O que não é comum de acontecer no processo de envelhecimento da memória e que aponta para a necessidade de procurar profissionais especializados para uma avaliação cognitiva é esquecer como realizar trajetos rotineiros; nomes de pessoas de sua vivência; ter problemas relacionados ao julgamento e ao senso crítico; dificuldades de memória muito frequentes; repetição da mesma informação que já foi dita em intervalos pequenos; não lembrar o nome de objetos e itens do cotidiano e ter mudanças na qualidade de execução de tarefas rotineiras, com dificuldades em tarefas como pagar contas; fazer compras; lidar com dinheiro; fazer uma ligação telefônica; escolher um roupa adequada para determinada ocasião ou ambiente; preparar uma refeição; dirigir dentre outras atividades que exigem autonomia e gerenciamento da própria vida.

 

Como prevenir

Estudos científicos das neurociências, reforçam a importância de se otimizar o desempenho das habilidades mentais, por meio de exercícios de estimulação cognitiva, popularmente conhecidos como exercícios de ginástica para o cérebro.