Cotidiano

Ministros devem pedir demissão coletiva

Expectativa é de que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o ministro interino do Esporte, Ricardo Leyser, não peçam demissão antes de serem comunicados

Brasília – Os ministros do Governo Dilma Rousseff decidiram, em uma reunião realizada ontem no Palácio do Planalto, pedir demissão coletiva a partir do aceite do Senado ao impeachment da presidente.

Com afastamento provisório de Dilma por até 180 dias, o vice-presidente Michel Temer pretende fazer um pronunciamento à imprensa ainda nesta quinta e anuncie a maioria de seus ministros.

No Planalto, a expectativa é de que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o ministro interino do Esporte, Ricardo Leyser, não peçam demissão antes de serem comunicados por Temer de que deverão deixar seus postos.

A avaliação do governo é de que Tombini ocupa um cargo que, se ficar vago, pode influenciar negativamente o mercado. Já Leyser está à frente de um ministério que, se ficar sem comando, pode interferir nos últimos preparativos para a Olimpíada do Rio, que será realizada em agosto.

Teori nega recurso

O ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou ontem o recurso da AGU (Advocacia-Geral da União) para anular o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. A AGU entrou com o mandado de segurança no STF na terça-feira. O recurso se baseia na decisão do próprio Supremo que afastou o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato e do cargo. Segundo o ministro, porém, não há como identificar “de forma juridicamente incontestável”, que as iniciativas de Cunha “tenham ultrapassado os limites da oposição política, que é legítima (…) para, de modo evidente, macular a validade do processo de impeachment”.