Cotidiano

Ministro relaciona milícias e crise fiscal à maior violência nas eleições

BRASÍLIA – O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse na manhã desta sexta-feira que, no Rio, há um processo ?perverso? em que milícias ou traficantes, com poder político, são eleitos ou indicam representantes nas eleições. Ele relacionou a situação à escalada da violência no processo eleitoral deste ano, assim como a crise fiscal.

? Para formar a maioria, há um processo de distribuição de cargos, que também me parece perverso. Daí resulta o fato de que pode ter nessa distribuição, e isso é o pior dos mundos, um representante da criminalidade podendo fazer indicações, por exemplo, para a área de segurança.

Questionado em entrevista coletiva se a declaração se relacionava ao Rio, ele confirmou que, ?infelizmente?, a região era um desses exemplos, mas não o único. Ele destacou que a Polícia Federal, apoiando as estaduais, investiga esses tipos crimes.

? No Rio, talvez o que exista, é um processo mais avançado, mas não vamos satanizar o meu querido Rio de Janeiro.

Jungmann relacionou a escalada da violência nas eleições municipais à situação fiscal de alguns estados, que repercute em crise de falta de recursos para a segurança pública. Segundo ele, será ampliado o contingente previsto de 25 mil homens das Forças Armadas para atuar nas eleições municipais de domingo. Até a manhã desta sexta-feira, segundo Jungmann, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já solicitou a participação das tropas em 420 municípios, de 15 estados.

? Estamos vendo o reflexo na política de algo que, na prática, já está acontecendo ? disse Jungmann.

Ele destacou, porém, que essa percepção se trata de uma suposição pessoal e que o governo, com a Justiça, investiga as razões exatas para o crescimento dos atos violentos nestas eleições municipais, diante da preocupação crescente com essa situação.

? A atuação das Forças Armadas nas eleições se dá em dois eixos. Um deles é o de segurança, que é garantir ordem e tranquilidade no processo de votação e apuração. O outro eixo é o logístico, apoiando no transporte de pessoas, recursos e urnas, por exemplo ? disse Jungmann.