Cotidiano

Ministro do STF autoriza depoimento de perito no caso Pedro Paulo

BRASÍLIA – O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o perito Francisco José Alexandre Mourão seja ouvido no inquérito aberto para investigar o deputado federal Pedro Paulo Carvalho Teixeira, pré candidato do PMDB à prefeitura do Rio de Janeiro. O perito assinou o laudo de exame de corpo de delito de Alexandra Teixeira, ex-mulher de Pedro Paulo. Com isso, o inquérito que investiga se o deputado agrediu a ex-esposa segue em frente, conforme pediu o procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot, e contrariando a Polícia Federal (PF), que sugeriu o arquivamento.

Mourão será ouvido na terça-feira da semana que vem, no fórum da Justiça Federal do Rio de Janeiro. O magistrado convocado pelo STF Mário Augusto Figueiredo Lacerda Guerreiro será o responsável por conduzir o depoimento.

Em documento de 19 de maio deste ano, a PF opinou pelo arquivamento do inquérito. Em 8 de junho, Janot deu parecer discordando. Ele solicitou que Fux desse continuidade ao caso. Janot argumentou que a PF não cumpriu todas as diligências necessárias para elucidar o caso. A polícia ouviu o perito Roger Vinicius Ancilloti, favorável a Pedro Paulo. O problema, segundo o procurador-geral, é que ele foi ouvido por engano. Roger é o perito contratado pela defesa, e não o que assinou o exame de corpo de delito.

Segundo o perito da defesa, Pedro Paulo estava apenas se defendendo das agressões da ex-mulher. Em depoimento, Roger disse que “os indícios existentes são de defesa de Pedro Paulo Carvalho Teixeira, e não de agressão por parte do mesmo”. O profissional é médico-legista da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro desde 2001, mas também atua na área privada. Ele contou que só foi contratado para avaliar o caso cinco anos depois do episódio, ocorrido em 2010.

Além de Roger, foram interrogadas Alexandra e a empregada doméstica que trabalhava para a família, Ana Paula do Nascimento Teixeira. O inquérito contra Pedro Paulo foi aberto no STF em fevereiro.

Interrogada pela PF em abril, Alexandra mudou a versão apresentada à Polícia Civil em 2010. Segundo ela, “as agressões não foram causadas por Pedro Paulo”, que apenas tentava se defender de suas investidas contra ele. Alexandra explicou que registrou o boletim de ocorrência na época porque a separação foi muito traumática e, com isso, “a depoente estava muito transtornada e acabou fazendo estas declarações”. Ela esclareceu ainda que “não possui qualquer interesse na continuidade do presente (inquérito), já que e um fato superado”.