Cotidiano

Ministro da Justiça polonês quer extraditar Roman Polanski para EUA

RIO – Roman Polanski está novamente correndo o risco de ser extraditado para os Estados Unidos. O novo Ministro da Justiça da Polônia anunciou que pretende recorrer da decisão de um tribunal local que, em outubro de 2015, negou o pedido de extradição feito por autoridades americanas. 

O diretor que venceu o Oscar por “O pianista” (2003) não pode mais voltar a Hollywood desde que foi condenado, em 1977, por oferecer álcool e drogas e depois fazer sexo com Samantha Geimer, que na época tinha apenas 13 anos. Polanski foi considerado culpado pelo crime de estupro presumido e chegou a ficar preso durante 42 dias, mas fugiu do país.

Atualmente com 82 anos, Roman Polanski nasceu em Paris e, ainda criança, voltou com os pais poloneses ao país natal deles. Com dupla cidadania, até hoje ele vinha conseguindo escapar da Justiça americana, já que a França não possui acordo de extradição com os Estados Unidos.

No entanto, quando Polanski anunciou que estava morando em Cracóvia, na Polônia, para fazer um novo filme com o apoio do Instituto de Cinema Polonês, autoridades americanas solicitaram sua extradição. O pedido foi negado em outubro de 2015, poucos dias depois da eleição do novo governo.

Jaroslaw Kaczynski, líder do partido de direita que agora comanda o país, já havia declarado que a agremiação era favorável à extradição do diretor de “Chinatown” (1974). Segundo a agência polonesa PAP, nesta terça-feira, o ministro da Justiça e procurador-geral do país, Zbigniew Ziobro, anunciou que o governo vai entrar com um recurso contra o veredicto, confirmado em novembro do ano passado. O ministro teria afirmado que sua ação era motivada pelo fato de Polanski ser “acusado e procurado por causa… do estupro de uma criança”.

Em entrevista ao canal polonês TVN24O, o advogado do diretor, Jan Olszewski, considerou “precipitada” a atitude do ministro. Segundo ele, no processo de extradição, o tribunal julgou apenas se havia elementos para o envio de Polanski aos Estados Unidos; o crime cometido estaria fora do escopo do processo.