Cotidiano

Ministro da Economia francês renuncia de olho em candidatura à Presidência  

201608301538452803_AFP.jpg PARIS ? O ministro da Economia da França, Emmanuel Macron, renunciou nesta terça-feira para trabalhar em propostas para transformar a França. A decisão abre caminho para uma possível candidatura presidencial às eleições de 2017. O ex-executivo de banco de investimento de 38 anos, um dos políticos mais populares do país, não disse explicitamente que concorrerá na disputa, mas emitiu sinais fortes de que dará o passo que muitos esperam.

Em abril, Macron criou seu próprio partido. E, nesta terça-feira, afirmou que renunciou ao cargo porque precisa estar livre para trabalhar em um plano de transformação do país.

? Estou determinado a fazer tudo para que nossos valores, ideias e ações possam transformar a França a partir do ano que vem ? declarou.

A posição de Macron no governo vinha se tornando cada vez mais incômoda, após o ministro ter criticado repetidamente plataformas esquerdistas, como a semana de trabalho de 35 horas. Há quatro meses, ele fundou a legenda “En Marche”, afirmando que o partido não se inclina nem à esquerda nem à direita.

Uma fonte do círculo íntimo de Macron disse que a situação política de mudanças rápidas da nação forçaram uma tomada de posição do ministro, que pretendia inicialmente deixar o posto em meados de setembro. O ex-presidente Nicolas Sarkozy e dois ex-ministros socialistas já declararam intenção de concorrer à presidência da França

Se confirmada, a candidatura presidencial de Macron vai prejudicar ainda mais as chances de reeleição do atual mandatário, François Hollande. Pesquisas de opinião indicam a baixa probabilidade de o presidente chegar a um eventual segundo turno. Hollande também tem desafiadores na esquerda, incluindo o ex-ministro das Indústrias Arnaud Montebourg e o ex-titular da Educação Benoît Hamon.

A porta-voz do “En Marche” disse que o partido vai fazer uma campanha de porta em porta para avaliar as opiniões e registrar as queixas dos eleitores sobre a política francesa até o final de setembro.

? Depois disso faremos propostas, e depois disso lidaremos com as questões sobre a candidatura ? afirmou ela.