Cotidiano

Ministro da Defesa diz que manutenção de tropas após eleições depende de decisão de Temer

RIO ? A permanência das Forças Armadas no Rio após as eleições municipais vai depender de autorização do presidente da República, Michel Temer, caso haja um pedido formal do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, disse nesta quarta-feira o ministro da Defesa, Raul Jungmann. Segundo ele, o que está garantido é que as tropas darão reforço à segurança durante a votação e a apuração dos votos.

Jungmann disse que o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, fez o pedido para que as Forças Armadas ficassem por mais tempo, tendo em vista as dificuldades financeiras por que passa o estado. Houve uma reunião, semana passada, entre Beltrame, Jungamann, o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sergio Westphalen Etchegoyen, onde o assunto foi discutido.

? Diria que há disposição de colaborar com inteligência, com coordenação e controle, com treinamento. A presença das tropas é algo que depende do presidente da República e de uma solicitação do governador do estado. Como (o pedido) foi dirigido aos ministros, nós estamos analisando e depois vamos conversar com o presidente ? afirmou Jungmann, ao participar da sessão especial do Fórum Nacional organizado pelo ex-ministro do Planejamento, João Paulo Reis Velloso.

As Forças Armadas vão atuar em 107 localidades durante as eleições municipais desse ano, atendendo pedido feito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de acordo com uma portaria normativa publicada nesta quarta no Diário Oficial da União.

O ministro da Defesa afirmou ainda que não é favorável à manutenção prolongada das tropas

? O soldado não tem formação de policial. Se entra numa comunidade, não sabe quem é quem. O treinamento é outro (…) Sei que há um déficit de segurança no país, uma preocupação, um sentimento de vulnerabilidade, mas a segurança deve se resolver na segurança. A GLO (Garantia da Lei e da Ordem) é um instrumento excepcional e por tempo limitado

O ministro disse ainda que as prisões decretadas na Operação Hashtag, de combate ao terrorismo, poderão ser prorrogadas pela Justiça. Tudo depende do Ministério Público e da Polícia Federal. Na avaliação do ministro, há evidências que foram realizados “atos preparatórios” de terrorismo, que configuram como crime, como a busca por aquisição de fuzis.

? O que esperamos, sobretudo, é que seja um alerta para quem, por ventura, tentar seguir esse caminho. As penas (previstas na Lei de terrorismo) são duras, porque o terrorismo lesa coletivamente. E o bem atingido, geralmente, é a vida ou a integridade das pessoas ? afirmou Jungamann.