Cotidiano

Ministério Público quer explicações sobre posse de vereador preso

Pitonho foi preso em julho do ano passado apontado como líder de uma quadrilha

São Miguel do Iguaçu – O Ministério Público Estadual, por intermédio do promotor Heric Stilben, cobra explicações do presidente da Câmara de Vereadores de São Miguel do Iguaçu, Nilton Wernke, pelo fato de ter dado posse novamente ao vereador Valdir da Silva, o Pitonho, mesmo este estando preso na Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu.

A licença de 120 dias solicitada por Pitonho venceu no dia 14 de dezembro de 2015 e, ao invés de a Câmara tratar imediatamente do assunto, devolveu o mandato ao vereador preso, permitindo assim que ele voltasse a receber salário de mais de R$ 6 mil mensais.

Pitonho foi preso em julho do ano passado, época em que presidia a Câmara, acusado de liderar uma quadrilha que cometia vários tipos de crime na cidade, entre eles tráfico de drogas e roubos. Por questões óbvias, apesar de reempossado, esse não poderá comparecer às sessões da Câmara e, com isso, receberá o salário sem trabalhar, fato que é questionado pela Promotoria Pública.

O promotor Stilben quer saber se a posse de Pitonho não fere a legalidade e de que forma a questão regimental será observada, já que o Regimento Interno da Câmara de São Miguel permite apenas licença de seus integrantes por motivos de casamento, morte de parente, problema de saúde ou por estar cumprindo algum compromisso em nome da Casa, o que não é o caso de Pitonho.

Indignação popular

A população também questiona o fato e quer explicações do atual presidente da Câmara, que usou o recesso parlamentar como justificativa para atrasar uma definição da Casa sobre o assunto. Wernke, por sua vez, informa que a Câmara só se manifestará em sessão ordinária no próximo dia 12, quando o plenário deverá tomar uma decisão sobre manter ou não o mandato de Pitonho.