Cotidiano

Mimo se pronuncia sobre palco armado em lago da Praça Paris

RIO – A organização do MIMO Festival, que terá sua edição carioca entre sexta e domingo, se pronunciou, em nota, sobre as queixas de moradores a respeito do palco que está sendo erguido no lago da Praça Paris. As reclamações ? noticiadas nesta terça-feira por Ancelmo Gois ? mencionam os peixes que vivem no lago. A nota alega que o MIMO é ?um festival totalmente gratuito? que acredita que ?a ocupação das praças, igrejas e espaços públicos é primordial na reafirmação de que são espaços que pertencem ao povo e podem ser usados com civilidade sem o público destruí-los?. Os produtores informam que haverá controle quanto à lotação da praça, que a ?produção do evento está há 3 (três) meses em reuniões com os órgãos competentes, como Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, Fundação Parques e Jardins e Seconserva? e que a realização do festival foi autorizada por ?outras entidades como o IPHAN, várias secretárias da Prefeitura do Rio de Janeiro, Guarda Municipal e Corpo de Bombeiros?.

A organização se compromete a recompor e recuperar possíveis danos ao espaço causados pelo festival e, por fim, se dispõe a se reunir com os moradores da Glória. Leia a íntegra da nota:

?Em sua 13ª edição, o MIMO Festival sempre teve, desde a sua concepção, a valorização do patrimônio histórico como principal objetivo, junto à cultura, incluindo música, educação, cinema e literatura em cidades históricas, como Olinda, Ouro Preto, Tiradentes, Paraty e agora na segunda edição no Rio de Janeiro.

Em 13 anos foram realizadas cerca de 344 apresentações, com nomes como Nelson Freire, Isaac Karabtchevsky, Egberto Gismonti, João Bosco, Hamilton de Holanda, Hermeto Pascoal, Carlos Malta e atrações internacionais do porte de Herbie Hancock, Chick Corea, Philip Glass, Buena Vista Social Club, Pat Metheny, Ron Carter, Jordi Savall, Chucho Valdés e Madredeus, entre outros, somando mais de um milhão de espectadores, em patrimônios, como a Igreja da Candelária, no Rio, Praça da Sé, em Olinda, Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, Praça da Matriz, em Paraty e até mesmo na cidade portuguesa de Amarante. É um festival totalmente gratuito e acreditamos que a ocupação das praças, igrejas e espaços públicos é primordial na reafirmação de que são espaços que pertencem ao povo e podem ser usados com civilidade sem o público destruí-los.

O MIMO trabalha com excelência em suas ocupações e com 13 anos de existência, nunca teve nada que o desabonasse. Ao contrário, hoje estamos presentes nas principais cidades patrimônio do Brasil, sempre com atuações em igrejas, teatros e praças públicas. Nunca tivemos sequer uma ocorrência de destruição ou dano ao patrimônio. Todos os nossos eventos são submetidos, aprovados e acompanhados pelos órgãos de proteção ao patrimônio, em todas as esferas, entre eles o órgão maior no Brasil, o Iphan. Estamos tomando todas as providências para que a Praça Paris seja ocupada de forma ordenada. Haverá inclusive um controle quanto à lotação. A produção do evento está há 3 (três) meses em reuniões com os órgãos competentes, como Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, Fundação Parques e Jardins e Seconserva. Outras entidades como o IPHAN, várias secretárias da Prefeitura do Rio de Janeiro, Guarda Municipal e Corpo de Bombeiros, que autorizaram a realização do festival no local, com todas as medidas necessárias pelos órgãos citados. A produção ficará ainda responsável pela recomposição e recuperação de possíveis danos no espaço, caso haja necessidade.

O MIMO Festival tem como um de seus objetivos criar novas experiências para o seu público, além de apresentar novas formas de dialogar com o patrimônio da cidade. O palco no lago pretende criar um visual estético diferente, seguindo tendência mundial, como os palcos montados em lagos como o Constance, durante o Bregenz Opera Festival, na Áustria, e o do festival Killerqueen Music, em Basel. Reiteramos que foram realizados testes no espaço, aprovados pelos órgãos competentes, com diagnóstico de que não causará danos ao local.

Estamos à disposição para uma reunião com a associação de moradores da Glória. Esperamos contar com a compreensão de todos, certos de que a cultura é essencial para construirmos uma sociedade mais digna e é um direito de todos.?