NOVA YORK ? ?Não é meu presidente!?. Este é o grito que cerca de três mil manifestantes entoam nesta segunda-feira em Nova York, em um protesto contra o presidente republicano, Donald Trump, no Dia do Presidente. A expressão vem sendo utilizada pelos críticos ao novo governo desde a eleição do magnata, que venceu pelo sistema de colégio eleitoral e foi derrotado no voto popular pela sua ex-rival, Hillary Clinton.
Manifestantes de várias idades se reuniram no Columbus Circle, em frente ao hotel de Trump em Nova York perto do Central Park. Eles expressavam insatisfação com o novo governo, que tomou posse há exatamente um mês.
Assim que começou o protesto, já havia 3.000 manifestantes presentes, segundo a contagem não oficial da polícia. Várias quadras da região foram fechadas.
? Trump está destruindo o país. Se não fizermos algo, perderemos os Estados Unidos antes de percebermos ? disse uma das manifestantes, Rima Strauss, psicóloga aposentada de 70 anos que vive entre Nova York e Washington DC. ? Trump não nos escuta. Mas se as pessoas comuns protestarem nas ruas, talvez tenhamos sorte de (acontecer) uma revolução.
Estudante de medicina, Qamar Khan, hoje com 26 anos, chegou do Paquistão aos Estados Unidos quando tinha sete anos. Ele saiu para protestar contra as suas políticas de veto migratório:
? Somos muçulmanos, viemos pregar uma mensagem de paz e amor. Obedeço o presidente Trump, mas não tenho motivos para concordar com suas políticas ? explicou
Em uma esquina, uma dúzia de manifestantes com bandeiras dos Estados Unidos e cartazes escritos “hispânicos por Trump” e “judeus por Trump” se enfrentaram com a multidão com músicas e gritos.
Em Chicago, também houve manifestações contra o presidente. Segundo a imprensa local, centenas de pessoas se reuniram para marchar nas ruas.
Esta não é a primeira manifestação contra o governo Trump, que já enfrentou uma série de protestos nas ruas. No dia seguinte à sua posse, a Marcha das Mulheres tomou várias cidades do país logo no primeiro dia da nova Presidência. Posteriormente, diversos aeroportos registraram dias de protestos e caos depois que o republicano assinou seu veto migratório.
E, na semana passada, aconteceu o Dia dos Imigrantes, em que centenas de imigrantes pelo país fizeram uma greve: se recusaram a sair de casa para trabalhar ou fazer compras, em um protesto para mostrar a sua importância ao funcionamento do país, já que Trump construiu sua campanha sobre a promessa de frear a imigração e deportar milhões de pessoas que vivem sem documentos nos EUA.
