Cotidiano

Metalúrgicos da Mercedes-Benz protestam contra demissões no ABC

SÃO PAULO – Os metalúrgicos da fábrica da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, realizaram na manhã desta quinta-feira um ato de protesto contra as demissões anunciadas pela empresa e que podem atingir até 1.800 trabalhadores. A unidade, que produz caminhões, está com a produção suspensa desde o início da semana.

Após o anúncio de que realizaria a manifestação nesta manhã, que teve a participação de cerca de 7 mil trabalhadores, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou ter sido contatado pela montadora, “sinalizando a intenção de retomar as negociações com a entidade”.

“O ato realizado nesta manhã teve início com uma assembleia em frente à sede do sindicato, em que os trabalhadores aprovaram como encaminhamento iniciarem um processo constante de mobilizações até que as demissões sejam revertidas e a empresa volte à mesa de negociações”, informou o sindicato.

De lá, os trabalhadores seguiram em passeata até Igreja Matriz, no Centro da cidade.

— A empresa agiu de forma unilateral, anunciando as demissões e colocando todos em licença remunerada por tempo indeterminado como forma de desmobilizar os trabalhadores. Essa é nossa primeira resposta, estamos mostrando que nos manteremos juntos e organizados para a luta — afirmou durante a caminhada Aroaldo Oliveira da Silva, vice-presidente do Sindicato do ABC e trabalhador da Mercedes-Benz.

De acordo com o sindicato, na sexta-feira passada a montadora anunciou licença remunerada para toda a fábrica por tempo indeterminado a partir desta semana e que, a partir de então, seria dado início ao processo de demissão do excedente de “mais de 2 mil trabalhadores”.

“Uma parte deles já recebeu telegrama informando a rescisão do contrato de trabalho a partir de setembro, quando encerra-se o período de estabilidade dos metalúrgicos na fábrica, assegurada pela adesão da empresa ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE)”, informou.

A orientação do sindicato aos trabalhadores foi desconsiderar o telegrama e não comparecer à empresa na data marcada para a rescisão.

“Vamos continuar insistindo para construir uma alternativa na negociação”, reforçou o dirigente.