Cotidiano

Metade das britânicas já foi assediada no emprego, diz pesquisa

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RIO – Metade da mulheres britânicas já foi assediada no local de trabalho, revela uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira. Os assédios vão de cantadas e comentários sobre seus corpos até toques indesejados até ataques físicos.

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O Congresso dos Sindicatos e do Projeto sobre Sexismo Diário encomendaram a pesquisa ao instituto YouGov, que falou com 1.553 mulheres. Elas responderam questionários on-line sobre o tema.

Uma entre oito mulheres relatou toques indesejados em seus seios ou partes intímas, assim como tentativas de beijá-las durante o horário de trabalho, o que, os autores do estudo destacam, é agressão sexual segundo a lei britânica (e também pelas leis do Brasil). Pelo menos 1% das mulheres disse que já tinha sido estuprada no emprego.

Um quinto delas disse que tinha sido assediada pelo chefe ou por alguém com um cargo de autoridade sobre elas. Mas 80% de todas as mulheres assediadas disseram que não relataram os casos à empresa, com muitas temendo que iriam prejudicar suas perspectivas profissionais ou que não seriam levadas à sério.

Uma das mulheres contou que um colega disse à ela, em seu último dia no emprego, que “o maior arrependimento dele era que não teve a chance de me estuprar no depósito antes de eu ir embora”. Ela afirma que teve medo de entrar naquela sala durante meses devido aos comentários anteriores do homem.

Outra mulher disse aos pesquisadores que “a pessoa mais sênior na empresa fez uma série de ‘piadas’, por exemplo, sobre como eu talvez quisesse ‘fazer um carinho no meu chefe, uma massagem’. Outro diretor chegou perto de mim num evento social da empresa e gesticulou como se fosse pegar nos meus seios”.

A pesquisa mostra que mulheres trabalhando na indústria e no setor de hospitalidade, como hotelaria ou alimentação, têm uma chance muito maior de assédio.

“Quantas vezes ainda ouvimos que assédio sexual no trabalho é só brincadeira? Vamos ser claros: assédio é humilhante, debilitante e pode ter um efeito enorme na saúde mental. Não deve ser aceito no local de trabalho moderno, na sociedade moderna”, disse ao jornal britânico “The Guardian” Frances O?Grady, diretora-geral do Congresso dos Sindicatos.

Segundo a advogada Annelise Tracey Phillips, chefes podem ser processados no Reino Unido mesmo se provarem que não sabiam do assédio no setor que chefiam.

“É vital que empregadores deixem claros os padrões de comportamento que são esperados de todos no trabalho”, disse ela.

Pesquisa similar no Brasil

O mesmo instituto fez um pesquisa similar no Brasil que mostra que 86% das brasileira já sofreram assédio em público em suas cidades. Das entrevistadas, 50% já foram seguidas na rua e 44% tiveram seus corpos tocados contra vontade.

Info Perfil do assédio

A pesquisa, divulgada maio deste ano, revela que andar pela rua, utilizar o transporte público, voltar só para casa – situações que são corriqueiras para muitos homens – podem se converter em uma péssima experiência para grande parte das mulheres. Considerando todas as 2.500 mulheres que responderam a pesquisa no mundo, quando perguntadas sobre os lugares que mais temem ser assediadas 70% responderam ao andar pelas ruas; 69%, ao sair ou chegar em casa depois que escurece; e 68% no transporte público.

O Brasil tem uma pesquisa do mesmo instituto que mostra que 86% das brasileira já sofreram assédio em público em suas cidades. Das entrevistadas, 50% já foram seguidas na rua e 44% tiveram seus corpos tocados contra vontade.

A pesquisa, divulgada maio deste ano, revela que andar pela rua, utilizar o transporte público, voltar só para casa – situações que são corriqueiras para muitos homens – podem se converter em uma péssima experiência para grande parte das mulheres. Considerando todas as 2.500 mulheres que responderam a pesquisa no mundo, quando perguntadas sobre os lugares que mais temem ser assediadas 70% responderam ao andar pelas ruas; 69%, ao sair ou chegar em casa depois que escurece; e 68% no transporte público.

Assédio sexual revolta estudante em Copacabana

A pesquisa analisa ainda formas específicas de assédio. Nesse caso, 77% das brasileiras disseram já ter sido alvo de assovios, 74% de olhares insistentes, 57% de comentários de cunho sexual e 39% de xingamentos. Chama atenção também o dado sobre estupro: 8% das entrevistadas afirmam que já sofreram essa violência.

Quando traçado um perfil por regiões do país, a área com maior número de relatos de assédio é o Centro-Oeste, com 92%, seguido do Norte, que registrou 88%, do Nordeste e do Sudeste, ambos com 86%, e, por último, o Sul com 85%.